Mão-de-obra: que dificuldade!

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A reportagem especial da edição deste fim de semana do JORNAL DO OESTE aborda a dificuldade que alguns setores estão enfrentando em Toledo para conseguir mão-de-obra especializada. Vagas como açougueiro, pedreiro, mecânico, soldador, pizzaiolo, entre tantas outras ofertadas pela Agência do Trabalhador local simplesmente esbarram na falta de capacitação de quem se candidata a uma vaga de emprego. No desespero, muitos afirmam estarem dispostos a qualquer coisa para voltarem ao mercado de trabalho, entretanto, quando se deparam com as necessidades do emprego ou com as condições exigidas, simplesmente desistem.

E não é por falta de vontade da direção da própria Agência, a qual tem feito tudo ao seu alcance para oferecer a quem está desempregado uma melhor chance. Cursos são ofertados e parcerias estabelecidas com o único propósito de resolver o problema das duas pontas dessa cadeia, ou seja, empregado e empregador. Mas o desinteresse parece ser generalizado. Claro, há alguns aspectos que nem sempre os empresários gostam de abordar, como salários baixos e condições de trabalho nem sempre ideais, fatores que certamente contribuem para o esvaziamento de alguns setores e de determinadas vagas. Entretanto, mesmo em setores onde os ganhos podem ser maiores o problema persiste.

É preciso levar em consideração a formação de uma ‘geração de pedintes’. Pessoas que cresceram sob à sombra do ‘Estado paternalista’, aquele que provém todo o mínimo necessário. Talvez esteja, finalmente, começando a aparecer o reflexo de tantas bolsas, de tantos auxílios, de tantas cotas criadas sem o menor critério no Brasil nas últimas décadas. Não que programas sociais sejam ruins. São de extrema importância desde que utilizados de maneira sábia, algo que no Brasil não acontece.

Programas sociais devem existir, entretanto, precisam ser um ponto de apoio temporário e não uma muleta permanente. Hoje é mais fácil o cidadão receber mais sendo desempregado que se sujeitando a trabalhar em alguns setores. Relação totalmente desequilibrada, mas real! E cada dia mais incentivada pelo paternalismo típico da República de Bananas.