A aventura do 5G

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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, falou sobre a viagem internacional a cinco países – China, Coreia do Sul, Japão, Suécia e Finlândia – que já utilizam o 5G e concentram algumas das principais empresas fornecedoras de equipamentos para a tecnologia de quinta geração. A comitiva do governo, liderada por ele, embarca nesta terça, às 14 horas, e a previsão é de retorno ao Brasil no dia 13 deste mês. O objetivo da viagem é visitar todas as empresas e ter reuniões governamentais com ministros das telecomunicações de infraestrutura.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) adiou na segunda-feira a aprovação do edital para o leilão de frequências do 5G. O presidente da agência, Leonardo Euler de Morais, pediu vista do processo e prometeu trazer o voto até o dia 24 de fevereiro. A expectativa é de que o certame aconteça ainda no primeiro semestre de 2021.

Apesar de toda a polêmica envolvendo os conflitos entre o governo, a China e a Huawei, principal fornecedora da tecnologia 5G, a proposta de edital apresentada não proíbe a empresa de fornecer equipamentos às teles que disputarem o leilão. A vedação à companhia somente poderia ser concretizada por meio de decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro – o que, até o momento, não ocorreu.

E por que tanta discussão em torno do assunto?

Ora, porque os chineses começam a dominar um terreiro no qual empresas de outros países sempre foram soberanas e o medo é do ‘problema’ se repetir em outras frentes, como acontece com a questão da venda de terras a estrangeiros no Brasil, cuja proposta inicial provocou urticária entre as lideranças do setor de agronegócio, haja vista o risco – real – de uma boa parte do território nacional ir parar nas mãos estrangeiras. Não apenas dos chineses, importante frisar.

Age de maneira correta o governo ao enviar uma tropa aos principais mercados que já operam o 5G a fim de observar o que funciona e aquilo que precisa ser melhorado, afinal, o Brasil tem em mãos a oportunidade de entrar nessa nova faixa de banda larga pela porta da frente. Mas para isso é preciso que a melhor proposta seja apresentada e não apenas aquela que atende a interesses nem sempre técnicos. Exemplos não faltam, mas parece que de tanto observar erros, um dia há que se aprender.