Mauro Picini Sociedade + Saúde 02/06/2021

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Tabagismo aumenta riscos de
contaminação e agravamento da Covid 19

Especialista alerta sobre o uso de novos tipos de cigarros de uso compartilhado como o narguilé e o cigarro eletrônico

Pneumologista Fernanda Miranda

Os brasileiros passaram a consumir mais cigarro durante a pandemia da Covid-19. De acordo com pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), feita em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Estadual de Campinas, cerca de 34% dos que se declararam fumantes passaram a consumir mais cigarros por dia durante o período de isolamento social.

Os fumantes também podem ficar ainda mais expostos ao contágio pelo coronavírus, já que o constante manuseio do cigarro com as mãos e o possível contato com a boca, além da necessidade de tirar a máscara para fumar, podem aumentar a possibilidade de contágio pelo vírus. Além disso, o estudo publicado no dia 29 de dezembro pelo periódico Thorax, com mais de 2,4 milhões de participantes no Reino Unido, indica que os fumantes eram 14% mais propensos a terem sintomas clássicos e evidentes da Covid-19 (tosse persistente, falta de ar e febre) do que os não fumantes.

Diante desse número preocupante, campanhas de conscientização sobre os riscos do cigarro e do tabagismo para a saúde, principalmente durante a pandemia, passaram a ganhar mais relevância e devem pautar o Dia Mundial do Combate ao Fumo, celebrado no dia 31 de maio. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), cerca de 443 pessoas morrem por dia por causa do tabagismo.

A pneumologista Fernanda Miranda, que atende no Órion Complex, alerta que não existe alternativa saudável para a prática do tabagismo. “Os cigarros eletrônicos, que são apresentados como uma alternativa ao fumo, são também compostos por nicotina e causam dependência da mesma maneira. Outro que pode ser tão ou até mais prejudicial para a saúde é o narguilé. Cada sessão deste instrumento corresponde a 100 cigarros fumados”, detalha Fernanda Miranda. Além disso, o compartilhamento de narguilés é um fator muito preocupante pois também pode contribuir para a disseminação do vírus.

A pneumologista alerta que o cigarro pode causar mais de 50 doenças e, do ponto de vista pulmonar, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o câncer de pulmão são as mais frequentes. Esta última neoplasia teve a terceira maior incidência entre homens em 2020, segundo o INCA, com quase 18 mil ocorrências (7,9% dos novos casos) e foi a quarta com mais incidência entre as mulheres, com mais 12 mil casos (5,6%).

Combate ao tabagismo – De acordo com a pneumologista, apesar das campanhas e das restrições impostas aos fumantes, principalmente em espaços públicos, ainda há pessoas que começam a fumar por curiosidade, principalmente aos mais jovens. “Depois disso, muitos fumantes encontram dificuldades em parar de fumar pelo fato de a nicotina ser uma droga com alto poder de levar à dependência química. Ela atua no cérebro e quanto mais se usa, mais difícil é de se deixar o vício”, destaca a especialista.

Ações feitas pelo Ministério da Saúde têm contribuído para o controle em relação ao fumo. Uma delas é o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT), por meio do INCA, que busca reduzir a prevalência de fumantes e a mortalidade relacionada ao uso de tabaco por meio de ações educativas e de atenção à saúde. Segundo Miranda, essas ações são importantes para que o país continue sua busca por reduzir ainda mais os números relacionados ao tabagismo.

Ela ainda ressalta que a ajuda multiprofissional formada por médicos e terapeutas pode ser eficaz para o tratamento contra o fumo. “O suporte psicológico, terapia cognitivo comportamental e tratamento medicamentoso são importantes aliados no tratamento do tabagismo”, destaca Miranda.


Dia Mundial Sem Tabaco: fumantes têm mais dificuldade em cicatrizar feridas

Empresa brasileira lança produto que acelera o processo de cicatrização da pele, além de amenizar a dor causada pelas lesões de pele

Membracel promete um tratamento mais rápido e eficaz do que os tradicionais produtos para cicatrização

Apesar da queda no número de brasileiros que fumam, o país ainda tem aproximadamente 9% de fumantes na população, segundo dados do Ministério da Saúde. Além dos efeitos nocivos popularmente conhecidos, como propensão ao desenvolvimento de câncer, dificuldades cardíacas, entre outros, um dos pontos de atenção entre médicos e profissionais da saúde é a dificuldade de cicatrização entre aqueles que fumam.

Nestes casos, um produto desenvolvido pela brasileira Vuelo Pharma, um dos principais players do mercado farmacêutico, promete um tratamento mais rápido e eficaz do que os tradicionais produtos para cicatrização.

“Criamos a Membracel para atender a demanda de diabéticos, pessoas que sofrem com úlceras nas pernas, pacientes com queimaduras, pessoas que ficam acamadas, entre outros casos em que a pele precisa ser regenerada. É uma película de celulose produzida por meio de um processo biotecnológico com tecnologia 100% nacional, que resulta em um curativo que substitui temporariamente a pele humana”, informa Thiago Moreschi, sócio-diretor da Vuelo Pharma.

O curativo acelera a cicatrização de feridas superficiais ou profundas e tem ação analgésica, causando alívio imediato à dor. Outro ponto a favor do curativo, que ganhou o nome de Membracel, é a redução da formação de queloides e a diminuição do tempo de internamento hospitalar. Para saber mais sobre o produto, acesse https://www.vuelopharma.com/