Dia da Independência
O 7 de setembro marca um momento crucial na história brasileira, a proclamação da independência em relação a Portugal. No entanto, a celebração dessa data nos convida a uma reflexão profunda sobre o que realmente significa ser uma nação independente e democrática em pleno século XXI. A independência, em sua essência, representa a capacidade de um povo autogovernar-se, livre de imposições externas.
No caso brasileiro, essa conquista foi marcada por situações que perduram até hoje na sociedade. Os feudos seguem sendo mantidos, assim como as desigualdades profundas, cada dia mais escancaradas para quem ainda ousa ter um olhar diferenciado frente às ideologias que se sucedem no poder, mas que mantém o mesmo status quo de outrora.
Ainda hoje Brasil ainda enfrenta desafios significativos para consolidar sua democracia e alcançar um desenvolvimento mais justo e equitativo. A desigualdade social, a concentração de renda, a violência, o racismo, o machismo e a corrupção são apenas alguns dos problemas que persistem e ameaçam a coesão social e o progresso do país. Todos problemas agravados com políticas desastrosas que, ao invés de incluírem, apenas acirraram debates, acaloraram desavenças e provocaram um desequilíbrio ainda maior numa nação desiquilibrada por natureza.
Para o Brasil se posicionar como uma nação verdadeiramente independente e democrática ainda há muito a avançar. Esse processo passa, primeiro, pelo fortalecimento das instituições democráticas. É preciso garantir a independência do Poder Judiciário, o fortalecimento do Ministério Público e a transparência nas ações do Poder Executivo e Legislativo, porém, cada um destes poderes precisa ter a noção exata de sua responsabilidade e agir para garantir outro pilar fundamental em qualquer democracia: a segurança jurídica.
Quando assuntos já abordados voltam de tempos em tempos com mudanças naquilo que havia sido decidido sem quaisquer novos argumentos, é porque estamos léguas de distância de ser uma nação forte quando se trata de democracia. As recentes decisões do Supremo Tribunal Federal apenas corroboram para esse clima de instabilidade total.
Mas é a desigualdade social talvez seja um dos maiores desafios do Brasil. É preciso investir em políticas públicas que promovam a verdadeira inclusão social, a geração de emprego e renda, o acesso à educação de qualidade e à saúde para todos. A política de cotas num primeiro momento até pode soar como simpática e inclusiva, mas na prática tem acirrado sentimentos de ódio e ampliado o racismo. De todos os lados!
Hoje se celebra o Dia da Independência, porém, apenas no papel, porque na prática dura da realidade das ruas, o Brasil segue sendo dependente de muitas coisas.