A bandeira e o Decreto

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Na escala das cores sobre a pandemia do novo coronavírus, Toleddo chegou ao penúltimo degrau ao estabelecer a bandeira roxa, pulando a vermelha que seria um sinal de alerta. Resta apenas a bandeira preta, quando a situação praticamente está fora de controle e medidas mais extremas precisarão ser estabelecidas se ainda se sonha conter o avanço dessa doença terrível, silenciosa e destrutiva. Na esteira da troca de cores da bandeira – antes laranja – a Prefeitura de Toledo publicou na surdina o Decreto Nº 980, de 7 de dezembro, permitindo o funcionamento de atividades comerciais, industriais e de prestação de serviços em horário especial de 19 a 30 de dezembro, ou seja, um dia após o atual Decreto do Governo do Estado deixar de vigorar, isso se até lá não for tomada alguma outra medida.

A troca da bandeira era esperada. O que não se previa era algo tão rápido a ponto de se pular a bandeira vermelha de uma vez. Diante do comportamento da esmagadora maioria da população era previsto um agravamento numa situação que nunca deixou de ser preocupante em relação à Covid-19.

O que chama atenção é a publicação de um Decreto sem alarde por parte da Prefeitura de Toledo num momento onde se espera uma presença mais ativa por parte do Poder Público em todas suas esferas. A impressão que fica é ter sido o desgaste tão intenso desde março, quando se iniciou a pandemia em Toledo, que agora seja o que Deus quiser. Parece se estar jogando para a torcida. De acordo com o documento, conforme mostra o JORNAL DO OESTE nesta edição, tudo poderá funcionar entre 6 horas da manhã até a meia-noite. Evidente que os proprietários dos estabelecimentos deverão observar a legislação que rege as relações trabalhistas e adotar medidas para preservar o sossego público, no caso de funcionamento no período noturno.

A bandeira e o Decreto deveriam estar mais relacionados, até porque o simples aumento no período de funcionamento do comércio e de outros setores por si só não será um impeditivo para a proliferação do vírus. Se fechar tudo de novo não é a solução desejada, então que a sociedade contribua com o debate e medidas se consenso sejam tomada a fim de evitar outra troca de bandeira e, dessa vez, para a mais alta escala. Até porque a coisa está preta!