Liderança, diálogo e respeito

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A paralisação dos servidores públicos municipais de Toledo, ontem (22), demonstrou o quanto ainda é preciso ao atual prefeito Beto Lunitti (MDB) avançar em termos de liderança, diálogo e respeito quando o assunto é a tratativa com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SerToledo). Não se trata de ‘abrir as pernas’ para tudo que é pedido, tampouco dizer ‘sim’ a qualquer proposta, mas de conversar, dialogar e negociar com respeito, palavras que parecem não fazer parte do vocabulário do atual prefeito que, a exemplo de sua primeira gestão, enfrenta nova manifestação por parte dos servidores que, na prática, são seus colaboradores diretos.

Se os motivos agora são diferentes, na prática as ações de ignorar por completo as lideranças sindicais se mostrou um desastre, reforçado ainda mais com a postura irônica do líder do Governo na Câmara Municipal, vereador Dudu Barbosa, que pendurou um pacote de algo no pescoço alusão ao combate aos vampiros representados pelos servidores que compareceram ao Legislativo protestar, como já fizeram tantas outras vezes ao longo da história e farão no futuro, afinal, num país democrático o protesto, desde que respeitados os limites, é válido e necessário.

Se o SerToledo está errado em sua reivindicação, que seja demonstrado, entretanto, de uma maneira respeitosa, algo que o nobre líder de Governo não teve. Postura de um ‘piá pançudo’ que parece não perceber a grandeza do cargo para o qual foi escolhido, inclusive por muitos que lá estiveram.

Liderança, diálogo e respeito não se constrói de uma hora para outra. É fruto da humildade do caráter, da sabedoria em saber ouvir e recuar quando necessário. Mas a atual gestão municipal parece estar acima do bem e do mal e a postura demonstrada em outros assuntos encontrou forte resistência entre os servidores que não escondem sua insatisfação nem terminado o primeiro ano desta nova gestão do prefeito Beto Lunitti. Restam ainda três pela frente e a direção do SerToledo não esconde de ninguém que, caso não haja uma mudança de postura radical, uma nova greve não está descartada.

Quem sofre no final com isso tudo é o município como um todo, afinal, é uma demonstração clara de algo estar muito errado e, mais triste, é perceber lideranças tendo atitudes infantis como se viu ontem na Câmara Municipal.