Silêncio nas redes

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Ontem (4), durante algumas horas, milhões de brasileiros foram ao desespero quando – ao mesmo tempo – WhatsApp, Facebook e Instagram deixaram de funcionar. Houve um silêncio nessas redes, até porque Twitter e outras opções seguiram funcionando. Mas, convenhamos, as três primeiras dominam hoje este novo mundo chamado redes sociais. Não foi a primeira, tampouco será a última vez que panes assim acontecem, porém, toda vez que isso ocorre aparenta ser o fim do mundo. Alguns até acreditam ser mesmo!

Hoje é inegável que as redes sociais se transformaram em algo muito maior que a simples postagem de um sentimento ou de um momento na vida das pessoas. Whats, Face e Insta – como são carinhosamente chamados – são canais importantes de comunicação, ferramentas quase indispensáveis de trabalho e um canal de aproximação social. E a pandemia do novo coronavírus os alço a um patamar ainda mais elevado porque, não fossem estas alternativas, quem sabe os efeitos econômicos e sociais não poderia ser mais devastadores.

Famílias matam as saudades através de ligações com vídeo; acontecimentos são registrados e compartilhados a quem está a milhas de distância; produtos e serviços são ofertados a qualquer hora, em qualquer lugar; informações são trocadas a todo instante. É a tecnologia a serviço de algo milenar, pois comunicar-se é um ato inerente ao ser humano desde os tempos das cavernas.

Mas o silêncio nas redes nos mostrou ser possível sobreviver, ainda que por alguns instantes – que pareceram séculos para alguns – sem acessar a todo instante o celular para conferir as mensagens, as curtidas ou ‘likes’. Que é possível ficar um tempo sem postar um ‘tbt’ ou usar # para tudo que é assunto. Este silêncio nas redes, apesar de momentâneo, serviu para mostrar que, quando isso acontecer de novo no futuro, não é motivo para pânico, mas sim de uma pausa necessária para lembrar ao ser humano que ainda existe vida fora do mundo digital. E um mundo colorido, barulhento e cheio de energia, que não depende 100% das maravilhas tecnológicas e que, sim, #sobrevive.