Um duro recado

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No início da semana, quando foram anunciados os nomes dos futuros indicados aos cargos de primeiro escalão, o prefeito eleito Beto Lunitti e o vice Ademar Dorfschmidt mandaram um duro recado, à sociedade e à classe política tão acostumada aos acordos pós eleição: as indicações seriam de inteira responsabilidade de ambos, com forte influência do vice nas escolhas. Errados? De maneira alguma, afinal, ambos terão a missão de conduzir os designíos de Toledo pelos próximos quatro anos.

Todavia, parte do recado não foi bem digerida, tanta pela sociedade quanto pelos vereadores igualmente eleitos.

Primeiro o viés esquerdista de uma boa parcela dos indicados, alguns com defesa firme em pontos polêmicos, como a questão da ideologia de gênero, entre outros quesitos que poderão sim se tornar um problema à dupla que assumirá o comando da Prefeitura de Toledo em janeiro de 2021. Problema porque a sociedade toledana já deu o recado que não tolera questões ideológicas como essa rondando a cidade.

Por parte dos vereadores, a entrevista do vereador Genivaldo Paes esta semana ao programa “Fim de Tarde com o Editor”, apresentado de segunda a sexta-feira nas redes sociais do JORNAL DO OESTE, revelou que a vida de Beto e Ademar na Câmara poderá não ser tão fácil assim quanto se supunha inicialmente. Genivaldo integra o PL, dono da segunda maior bancada dentro da Câmara na próxima legislatura. Perde apenas para o PP, com cinco. Os dois partidos, portanto, caso se unam teriam praticamente a metade dos votos dentro do Legislativo, ou seja, uma força descomunal na condução dos rumos do município nos próximos quatro anos.

Resta saber qual dos lados conseguirá compreender bem a dureza dos recados e quais serão os próximos passados daqui por diante, até porque um eventual recuo agora poderia trazer outros tipos de problemas a quem parecia ter compreendido alguns movimentos da gestão passada que não deram tão certo, mas que aparentemente segue cometendo os mesmos erros pela arrogância verificada logo após o resultado das urnas, o qual também foi um duro recado, com rejeição de quase 70%.