Programas Governamentais e as parcerias que cuidam do solo

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As antigas organizações Emater, Iapar e Codapar que deram origem ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) sempre buscaram priorizar ações e programas que objetivam apoiar os agricultores na manutenção de solos cada vez mais produtivos, mas também com sustentabilidade ambiental.

“No desenvolvimento do seu trabalho a extensão rural utiliza ferramentas técnicas embasadas nos órgãos de pesquisas oficiais, utiliza também programas governamentais com práticas subsidiadas aos produtores para conservação dos solos e melhoria na fertilidade”, comenta o responsável pela Unidade Municipal do IDR em Toledo, engenheiro agrônomo, Leodacir Francisco Zuffo.

Entre as práticas, Zuffo cita as ações de terraceamentos, curvas de nível nas propriedades, rotações de culturas, estradas rurais integradas com as lavouras para evitar perda erosão e perda de fertilidade em decorrência do escorrimento da água das chuvas, plantio direto com qualidade aumentando a cobertura do solo, proteção de fontes, uso de dejetos animais com critério técnicos na fertilização de solos, consórcio milho braquiária e agricultura de precisão entre outras.

Programa Integrado de Conservação de Solo; Programa de Manejo Integrado de Solos e Água; Projeto Paraná Rural; Programa Paraná 12 Meses;

Projeto Paraná Biodiversidade e Projeto de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias são alguns dos programas governamentais executados pelo IDR-Paraná.

“Todos esses programas tem um custo para a sociedade do Paraná, recursos esses obtidos por financiamento do Banco Mundial. Logicamente, se bem aplicados para a conservação dos solos paranaenses os retornos são de elevada importância não só para conservar nossos solos momentaneamente, mas para todas as gerações futuras, garantindo com isso produção com sustentabilidade econômica”, declara Zuffo.

PROBLEMÁTICAS – Com o passar dos anos as dificuldades apareceram. O profissional destaca que o surgimento de maquinários com alto grau tecnológico, onde o produtor passou a adaptar o solo a máquina provocando com isso problemas da compactação do solo e aumento da erosão. Ele pontua que isso tem agravado nos últimos anos, principalmente pela eliminação de terraços em nível – que têm a função de conter o excesso do escorrimento das águas das chuvas, permitindo que haja infiltração no solo, sem causar erosão.

“Outro problema é a falta de rotação de culturas, sucessões (soja no verão e milho no inverno). Um exemplo disso são eventos extremos como as chuvas excessivas, ocorridas em outubro de 2017, na microbacia de Toledo (160 mm em 18 horas, sobre um solo já encharcado por um volume total de 240 milímetros de chuva nos dez dias antecedentes), isso também explica parte do crescimento da erosão na região oeste e consequentemente no Estado do Paraná”, alerta.

POLÍTICAS PÚBLICAS – Em termos de politicas públicas a Secretaria de Agricultura do Paraná e o Instituto Desenvolvimento Rural IDR-Paraná com as cooperativas, empresas de assistência técnica e a sociedade civil organizada, com a participação dos produtores, na avaliação do profissional, terão a responsabilidade de retomar e por em prática programas que visem a conservação de solos e água. Tal parceria visa amenizar o processo de evolução da erosão que tem ocorrido na região Oeste e pode ocasionar a perda da camada de solo mais fértil e produtiva e, consequentemente, contaminar os rios.

Zuffo cita que existe a prática de algumas estratégias conservacionistas para a agricultura, que integrem o aumento da produtividade e a preservação ambiental, com foco na conservação do solo e da água como corrigir os problemas existentes e planejar melhor as ações de correção dentro de cada propriedade, município e região; melhorar a qualidade do plantio direto aumentando a quantidade e qualidade da palhada na superfície do solo.

Redimensionamento das obras de contenção de água, evitando com isso escorrimento superficial causado pelo excesso de chuvas; rotação de culturas que melhoram a estrutura física do solo e atuam como descompactador de solo, permitindo maior infiltração de água; utilização de agricultura de precisão e diminuição do uso excessivo de trânsito de maquinário pesado com solos úmidos.

“É importante destacar que fazer a conservação de solos é um compromisso com o futuro da agricultura. Esse compromisso deve ser dos produtores mais experientes ou os mais novos que estão na atividade”, finaliza Zuffo.

A DATA

O Dia Nacional da Conservação do Solo foi oficializado através do decreto de lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989. A criação desta data foi uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A escolha do dia 15 de abril é uma homenagem ao conservacionista norte-americano Hugh Hammond Bennett (1881-1960), considerado o ‘pai da conservação do solo’ nos Estados Unidos e um modelo para as outras nações.

Da Redação

TOLEDO