Uso de adubo natural pode ser estratégia ao produtor na próxima safra

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Uma pesquisa realizada há oito anos pode ser uma estratégia para o produtor rural que sofre as consequências da estiagem nas safras de soja e de milho. O pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Regional (IDR), Luiz Antônio Zanão Júnior, acompanha os resultados do uso de dejetos de animais (suínos) e de cama de aviário na fertilização e adubação do solo antes do plantio das culturas.

O produtor pode preparar o solo utilizando o recurso já presente em sua propriedade e na região. Júnior explica que o produtor pode enfrentar dificuldade financeira e utilizar estes métodos podem ser alternativas. “Assim que normalizar, a próxima safra será plantada. Para o bom desenvolvimento do grão é preciso preparar o solo com essa adubação natural, a qual é um trabalho alternativo e apresenta o resultado positivo. O investimento (recurso financeiro) do produtor é menor, porém a produtividade é semelhante ao fertilizante comercial”.

Júnior realiza esse experimento há oito anos e acompanha a evolução do grão plantado em um solo com adubo a partir de dejetos suínos ou cama de aviário. Também compara esse adubos com o comercial. “Observamos que os resultados são semelhantes e com mais benefícios ao solo”.

ORIENTAÇÕES – Antes de aplicar o fertilizante natural, o pesquisador sugere que o produtor seja assessorado por um agrônomo. “Porque esse profissional fará a análise do solo e avaliará a fertilidade, além de observar cada critério agronômico”, afirma o pesquisador.

Júnior comenta que o profissional será responsável por estabelecer a dose de nutriente necessária para a cultura e, por consequência, realizar a substituição.

Na última safra, ele cita como exemplo que o solo foi adubado com cama de aviário e aplicou-se 60 kg de fósforo e 60 kg de potássio. “Utilizamos adubação mineral e gastamos R$ 2.200. Para fornecer a mesma quantidade desses nutrientes utilizamos 3,4 toneladas de cama de aviário e gastamos R$ 740. A produtividade da soja adubada com cama de aviário foi semelhante a adubada com adubo mineral. A economia foi de R$ 1.460 por hectare”.

O resultado na produtividade será idêntico ou superior ao uso de um mineral. “Em cada safra, nós avaliamos a adubação mineral em comparação com o natural. Com o passar das safras e dos anos, o efeito ao longo do tempo é importante para o solo”.

RESULTADOS – Conforme o pesquisador, o resultado em dez safras é superior quando o trabalho com o solo é realizado com os dejetos. “Além do fósforo e do potássio, os dejetos são adubos completos com os nutrientes e matéria orgânica”.

Júnior revela que o valor do adubo comercial aumentou nos últimos tempos. Enquanto que a cama de aviário é comercializada ao valor entre R$ 200 a R$ 250 a tonelada. “Se o produtor tem o aviário ou produz suíno poderá economizar 100%. O custo é acessível e vai suprir a necessidade do produtor”, comenta Júnior ao citar o exemplo de um ex-aluno. “Ele tem sete aviários, porém vendia a cama e preferia utilizar o adubo comercial. Atualmente, o adubo natural é utilizado na propriedade em sua totalidade, diminuiu o custo e a produtividade se manteve”.

MELHORIAS – Ele enfatiza que o adubo natural melhora os atributos químicos e biológicos do solo. “Ainda traz melhoria na retenção de água do solo, enfim os benefícios acontecem gradativamente e eles são acumulativos ao solo”.

Outro fator destacado pelo pesquisador é que o produtor rural utiliza na cama do aviário cal virgem e no campo esse cal presente na cama vai aumentar o pH do solo. “Essa cama aumenta o pH do solo e isso é positivo. Nós realizamos análises nestas áreas que utilizam cama de aviário e sempre avaliamos se teve desequilíbrio ou excesso de nutriente. Os solos da nossa região a maioria apresenta uma fertilidade boa”.

Da Redação

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