Argentina lança medidas para conter preços, após maior inflação em 18 meses

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O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira medidas para buscar conter alta dos preços do país, com foco em alimentação. Em comunicado, a administração indicou que o intuito é garantir o “abastecimento de alimentos, insumos e bens industriais”. O anúncio veio pouco depois da divulgação dos dados sobre inflação do país, que apresentaram uma alta de 4,8% em março com relação ao mês anterior, maior marca da gestão do presidente Alberto Fernández, e mais acelerada expansão desde setembro de 2019, quando os números seguiram uma forte desvalorização do peso argentino por conta de processos eleitorais.

Segundo o comunicado, o “esquema promove a eficiência, a concorrência e o aumento da oferta de produtos nas diversas áreas de atividade econômica”. Entre as medidas está o aumento das restrições de exportação da carne bovina, tendo em vista o abastecimento local, e novos acordos para a venda de proteínas “a preços acessíveis”. Ainda em alimentação, haverá a oferta de uma cesta básica de frutas e verduras em valores fixados.

Outro ponto abordado são os eletrônicos, com a manutenção dos preços atuais de equipamentos como celulares e televisões até outubro. Na fiscalização do cumprimento das medidas, a administração anuncia 500 novos fiscais.

Segundo o comunicado, “a inflação no primeiro trimestre do ano manteve-se em níveis elevados”, e o “governo busca uma redução gradual e consistente”. “Os instrumentos do programa econômico continuarão alinhados para evitar que a dinâmica observada no primeiro trimestre se replique nos demais meses do ano”, afirma, com “alguns dos desvios observados nestes meses requerem atenção imediata”.

O Orçamento de 2021 do governo projeta inflação de 29% em todo o ano atual. O resultado também preocupa pois o país deve ter ainda no segundo trimestre rodadas de negociações para reajustes salariais entre empresas e sindicatos, aponta o Cronista, com o governo até então pedindo que as duas partes tivessem como foco uma inflação anual de 29%, o que agora parece mais distante.