Cesta básica tem redução de 5,20% em maio, indica pesquisa

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Após dois meses de altas significativas no custo da cesta básica, a variação mensal no período entre abril e maio deste ano teve uma redução de 5,20%. Apesar desta redução, houve um aumento do índice acumulado de variação da cesta básica nos últimos 12 meses que foi de 24,40%. As informações são da pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo, realizada pela pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo.

Desta vez o tomate foi o produto que apresentou o maior impacto para a redução do custo da cesta básica. “Ele apresentou uma redução de -30% no período, o que é responsável por grande parte da redução do índice geral de redução da cesta básica”, explica a coordenadora da pesquisa e doutora Crislaine Colla.

A pesquisa também aponta o quanto o custo da cesta básica variou desde janeiro a maio de 2022. Esse índice foi de 9,95%. A redução de -5,20% representa que o custo da cesta básica familiar em Toledo passou de R$ 1.928,40 em abril de 2022 para R$ 1.828,11 no mês de maio. A pesquisa aponta que o custo da cesta básica individual também teve redução passando de R$ 642,80 em abril de 2022 para R$ 609,37 no mês de maio.

Contudo, a pesquisa apresenta mais uma vez uma triste realidade. Um trabalhador que ganha um salário-mínimo ainda não teria condições de adquirir a cesta básica familiar, uma vez que o valor de R$1.828,11 ultrapassa o valor do salário mínimo vigente em 63,06%, não conseguindo arcar com as demais despesas domiciliares mensais.

PRODUTOS – De acordo com a pesquisa, os produtos que apresentaram aumento no preço médio no período analisado foram: a margarina (4,55%); o óleo de soja (4,28%); o leite (1,68%); a farinha de trigo (0,80%); o pão francês (0,72%); o açúcar (0,54%) e a carne (0,22%). Por sua vez, o levantamento cita que produtos que apresentaram redução no preço médio no período foram: o tomate (-30%); o feijão (-11,13%); a banana, (-5,65%); a batata (-1,12%); o café (-0,91%) e o arroz (-0,60%).

Crislaine explica que a redução do preço de alguns alimentos como o tomate e o feijão é reflexo da sazonalidade na produção. O tomate, por exemplo, é um produto que tem grande oscilação e volatilidade em seus preços. Em março, a pesquisa mostrou que ele apresentou um aumento de 63,58%, em abril foi de 6,69% e em maio a redução em -30%.

“Essas oscilações no preço do tomate estão relacionadas a fatores climáticos e aos períodos de safra. Em março, o aumento expressivo em seu valor ocorreu devido ao final da safra de verão e a redução do seu preço em maio se explica principalmente pelo avanço da safra de inverno e à rápida maturação do produto”.

Em relação ao feijão, que apresentou uma redução de -11,13% em Toledo em maio, vem apresentando reduções ao longo do último ano e nos últimos 12 meses apresentou uma redução de -8,58%. Contudo, a coordenadora da pesquisa destaca que esta redução que ocorreu em Toledo neste último período não ocorreu em todos os lugares.

“Na pesquisa do Dieese, o feijão apresentou aumento em 12 capitais brasileiras, diferentemente do que aconteceu aqui. Deve-se destacar também que as mudanças nos preços do feijão estão relacionadas a fatores climáticos e também por variações na oferta do produto ao longo das safras”, complementa.

Nos últimos 12 meses, os produtos que apresentaram maior aumento de preços foram: a batata, que acumulou um aumento de 224,54%; o tomate, com 98,99% de aumento; o café, que aumentou 97,38%; e a banana, com incremento de 41,60%.

Crislaine enfatiza que estes produtos apresentam oscilações ao longo do ano, especialmente por fatores climáticos e de períodos de safra. “Com relação ao café, observamos que seu preço começou aumentar significativamente a partir de julho de 2021, resultante da quebra da safra em função da geada ocorrida, por expectativa de quebras futuras e também por fatores relacionados à demanda externa”.

Por outro, a pesquisa apresenta apenas dois produtos que tiveram uma variação acumulada negativa, que seria a dupla que não falta no prato do brasileiro: o arroz, que reduziu -10,24%, e o feijão que diminuiu -8,58% nos últimos 12 meses.

CUSTO – No mês de maio, o custo da cesta básica de Toledo foi maior que a de cidades como Recife (PE), Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos. Na comparação com a cidade vizinha, observou-se na pesquisa que o custo da cesta básica de Cascavel (R$ 628,87) foi 3,20% maior que o custo da cesta de Toledo (R$ 609,37).

A coordenadora da pesquisa Crislaine Colla esclarece que, no geral, o custo da cesta básica de Toledo é menor que de Cascavel e outras capitais brasileiras. Também foi possível observar, ao longo de 14 meses de pesquisa, que Toledo segue a tendência do que ocorre no restante do Brasil. “No mês de maio, houve aumento do custo da cesta básica em quase todas as capitais brasileiras, assim como foi em Toledo e nas outras cidades do Oeste e Sudoeste do Paraná que também realizam a pesquisa. Assim, os efeitos climáticos, macroeconômicos e externos que influenciam o custo da cesta básica o fazem de maneira geral no país como um todo”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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