Conheça o Auxílio Brasil e outras estratégias de redução da pobreza

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Pago a partir deste mês, o Auxílio Brasil passa a ser o principal programa de redução da pobreza do país. Vai beneficiar 17 milhões de famílias em um momento em que extrema pobreza global voltou a subir pela primeira vez em 30 anos, como consequência da pandemia da Covid-19.

A erradicação da pobreza é a meta número 1 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU. Segundo a ONU, entre 1990 e 2015, o número de pessoas vivendo na pobreza foi reduzido à metade. Em 2015, ainda havia 736 milhões de pessoas (10% da população mundial) vivendo com menos de US$ 1,90 por dia – abaixo da linha da extrema pobreza. Com a pandemia, mais meio bilhão de pessoas (ou 8% da população global) podem ser levadas a se unir a este grupo.

Auxílio Brasil

  • Substitui o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial.
  • No primeiro mês de pagamento, serão contempladas cerca de 14,5 milhões de famílias, que receberão um total superior a R$ 3,25 bilhões. A ampliação para novos inscritos ocorrerá no mês de dezembro, devendo atingir a marca de 17 milhões de famílias.
  • O valor médio no primeiro mês de programa é de R$ 224 por família.
  • Governo pretende elevar valor mínimo do programa para R$ 400 por família, mas para isso precisa aprovar a chamada PEC dos Precatórios, em discussão no Senado.
  • No primeiro mês do programa, o Auxílio Brasil será pago a quem já era do Bolsa Família – para estes, o pagamento será automático, ressalvados os beneficiários que tenham deixado de atender as regras do antigo programa no último mês.
  • É um programa mais restrito que o Auxílio Emergencial. Quem é do CadÚnico e recebeu o Auxílio Emergencial mas não o Bolsa Família, não receberá necessariamente o Auxílio Brasil.

Bolsa Família

  • Criado em 2003.
  • Atende mais de 40 milhões de pessoas que estão abaixo da linha de pobreza (e não extrema pobreza).
  • Garante em media R$ 191 mensais por família, pagos às famílias que comprovarem ter crianças efetivamente matriculadas e cartão de vacinação em dia.
  • Os investimentos governamentais no programa estão em queda. Em 2020, o programa recebeu R$ 30 bilhões, uma queda de 13% em relação às dotações de 2019.
  • Considerado o maior programa de transferência condicionada de renda no mundo, é reconhecido pela dimensão, eficiência e boa focalização em alcançar efetivamente as pessoas mais pobres.
  • Em novembro de 2019, atingiu 94,9% de frequência escolar comprovada de crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos (o que equivale a 10.194.029 alunos acompanhados) das famílias aderentes ao programa. O índice é de 85,2% para jovens entre 16 e 17 anos (2.167.600 jovens acompanhados).


Auxílio Emergencial

  • Criado em 2020, atendeu inicialmente 68,3 milhões de pessoas maiores de 18 anos com renda familiar de até três salários mínimos, ou meio salário mínimo per capita.
  • O auxílio pagou R$ 600 por mês nos três primeiros meses do programa. Nesse período, garantia até dois benefícios por família, com exceção da mulher sozinha chefe de família, que recebia em dobro e poderia cumular com mais um membro da família que recebesse o benefício. O valor máximo por família era de R$ 1.800.
  • De setembro a dezembro de 2020, o valor foi reduzido à metade.
  • Após três meses de interrupção, em abril de 2021, o Auxílio Emergencial voltou com novos valores: R$ 150 para solteiros sem filhos, R$ 250 por família ou R$ 375 para mães solteiras.
  • O foco do programa foi garantir a manutenção de renda da população em um momento crítico da pandemia, com atenção especial à reposição da renda dos trabalhadores informais.
  • É considerado um programa de transferência de renda que garantiu redução da pobreza importante, porém momentânea. De abril a agosto de 2020, a taxa de pobreza e a de extrema pobreza no País chegaram aos menores níveis em 40 anos.
  • Só em 2020, o Auxílio Emergencial teve um orçamento 9 vezes maior que o do Bolsa Família. É considerado inviável do ponto de vista fiscal até a curto prazo.

Estratégias de redução da pobreza pelo mundo

  • Estratégias internacionais de redução da pobreza variam muito.
  • Envolvimento da comunidade é essencial para o desempenho das ações
  • A redução da pobreza à metade entre 1990 e 2015 foi alcançada, principalmente, pelo rápido crescimento econômico na China e Índia.
  • África e a Ásia permanecem com níveis de pobreza muito elevados: 80% da população que vive com menos de US$ 1,9 por dia está no Sul da Ásia e na África Subsaariana.

Da Câmara dos Deputados