UE prevê crescimento mais forte do PIB da zona do euro em 2021 e 2022

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A economia da zona do euro deverá se recuperar em ritmo mais veloz do que se esperava, afirmou nesta quarta-feira (7) a Comissão Europeia, revisando para cima suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco para este e o próximo ano. Os dois principais motivos da revisão são o fato de que a atividade econômica ultrapassou as expectativas no primeiro trimestre do ano e a melhora da situação sanitária, que permitiu uma reversão mais ágil de lockdowns motivados pela pandemia de covid-19 ao longo do segundo trimestre.

“Nossas economias têm conseguido reabrir mais rapidamente do que o esperado, graças a uma eficiente estratégia de contenção e progresso na vacinação (contra a covid-19), disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente da comissão para uma “Economia que Trabalha para o Povo”.

Braço executivo da União Europeia (UE), a comissão agora prevê que o PIB da zona do euro crescerá 4,8% em 2021 e 4,5% em 2022, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira. No documento anterior, publicado em maio, as projeções eram de alta de 4,3% neste ano e de 4,4% no próximo.

“Essa é a maior revisão para cima que fizemos em mais de dez anos e está em linha com o avanço da confiança das empresas a um nível recorde nos últimos meses”, comentou Paolo Gentiloni, comissário da UE para a economia, referindo-se à projeção para 2021.

O PIB real da zona do euro deverá retornar a níveis pré-crise da covid-19 no quarto trimestre deste ano, um trimestre mais cedo do que previsto anteriormente, destacou a comissão.

Incertezas e riscos que cercam a perspectiva de crescimento são elevados, mas equilibrados de forma geral, diz a comissão, ressaltando que a propagação de variantes da covid-19, como a delta, demonstra a importância de acelerar ainda mais os esforços de vacinação. “A disseminação da variante delta é um pungente lembrete de que ainda não nos livramos da sombra da pandemia”, afirmou Gentiloni.

O relatório também avalia que a alta dos preços de energia e de commodities, gargalos de produção e a forte demanda doméstica e externa irão pressionar os preços na zona do euro este ano. A comissão revisou para cima sua projeção de inflação ao consumidor do bloco em 2021, de 1,7% para 1,9%, e também em 2022, de 1,3% para 1,4%. A meta de inflação do Banco Central Europeu (BCE), que gerencia a política monetária no bloco, é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%.