Educação ambiental: a importância de ensinar as crianças

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As iniciativas sustentáveis estão em ascensão. As lutas de combate à poluição dos oceanos, o desmatamento da Amazônia e o aquecimento global podem parecer distantes, mas é preciso ter consciência de que a humanidade está inserida nesse ecossistema e precisa saber preservar seu local de habite, independente, de sua localização, afinal todos são responsáveis.

Os conceitos e aplicações práticas dessa responsabilidade em relação ao meio ambiente devem iniciar na infância. Quando a criança, desde cedo, aprende a cuidar da natureza, ela leva isso para a vida, se transforma em disseminadores de informações e agentes multiplicadores.

“Trabalhar os cuidados com o meio ambiente com o público jovem é uma tarefa que exige dos educadores ter em mãos fatos e comparações que possam de alguma forma mostrar todo o impacto que um papel de bala, por menor que seja, pode causar. Assim como os pequenos lixos podem gerar um problemão, um gesto de cuidado, ainda que ínfimo, pode evitar uma grande catástrofe ou até mesmo crimes ambientais, que envolvem tanto o meio ambiente quanto os animais”, destaca a coordenadora do Colégio Integral de Toledo, Mylena Casagrande, ao mencionar a importância de trabalhar educação ambiental no ensino escolar.

A profissional pontua que a escola tem papel importante nesse processo de ensinar e promover a conscientização ao que tange os cuidados com o meio ambiente. “Além de um ensinamento teórico sobre o assunto, devemos também dar exemplos demonstrando em atitudes como as campanhas de reciclagem, a reutilização de materiais sempre que possível, mostrando que o lugar dos lixos gerados por eles, seja no intervalo ou dentro de sala de aula, é na lixeira. Além disso, trabalhamos com eles um sentimento chamado empatia, o que reflete de forma positiva quando abordamos estes assuntos, pois podemos nos colocar no lugar dos ambientes poluídos e dos animais atingidos”.

Mylena destaca que depois que a escola trabalha algumas formas de cuidado, preservação, reciclagem, descartes corretos, já é possível notar os resultados desses ensinamentos, ao observar os hábitos dos estudantes ao recolher um lixo que não é seu, ao chamar a atenção, alertar e corrigir familiares e amigos.

“Mesmo com todas essas observações, poderíamos também desenvolver mais projetos que englobem essas atitudes de cuidado com o meio ambiente, podemos fazer parte dos projetos de ONGs e outras organizações com o intuito de reciclar e colaborar com o bem do meio ambiente e dos animais, assim, através das participações dos estudantes e familiares teríamos o retorno do que foi aprendido”, declara.

FORMAÇÃO – O processo de formação de cidadãos conscientes e responsáveis envolve diversas vertentes. A escola tem seu papel, mas os pais, responsáveis e familiares também integram os pilares de base dessas crianças para que aprendam a cuidar do meio ambiente e, consequentemente, do próximo.

A coordenadora comenta que os pais ou responsáveis são os primeiros ‘modelos’ de cidadãos para as crianças. Por isso, são os exemplos. “Então observamos não apenas os hábitos de preservação do meio ambiente, mas também os cuidados com o que eles chamam de ‘meu’. As crianças e jovens que possuírem uma consciência dos cuidados que devemos ter e dos impactos ambientais negativos que podemos causar irão, de certa forma, dar uns ‘puxões de orelha’ nos pais o que pode gerar um retorno positivo com mudanças nos hábitos familiares”, reforça.

Mylena pontua que acredita que a melhor idade é dos 6 aos 13 anos para trabalharmos estes assuntos que englobam em grande parte a educação da criança, pois é o período em que o caráter está em formação. Essa é uma faixa etária em que os conceitos de certo e errado ainda não estão 100% definidos, por isso, ela considera tranquilo trabalhar com eles as grandes consequências que pequenos atos podem gerar, sendo elas positivas ou negativas.

Em relação a faixa etária mais difícil de trabalhar isso no contexto escolar, a coordenadora aponta que são os jovens de 16 a 18 anos – período em que a maioria já formou um conceito ético que, às vezes, é reflexo de casa. “Acaba sendo uma tarefa difícil, principalmente quando a família não tem o hábito de cuidar e conservar o meio ambiente. Nesta idade a influência da família e também dos colegas muitas vezes acaba atrapalhando os adolescentes de adquirir o hábito de cuidar do meio ambiente”, alerta.

CONSCIENTIZAR SEMPRE – Para Mylena, é importante tratar o assunto com as crianças, com os jovens e com a sociedade adulta. Ela reforça a importância em mobilizar os moradores de Toledo, principalmente, as pessoas que frequentam os parques e praças para zelarem mais pela limpeza e conservação dos bens que são disponibilizados para o lazer da comunidade em geral.

“Será que todos sabem até onde isso tudo pode chegar? Onde aquele plástico minúsculo pode resultar em uma fatalidade? Todos nós já refletimos sobre como estamos cuidando da nossa casa? Já paramos para comparar o antes e o depois? Ou até mesmo já fizemos uma análise dos prós e contras em relação a um ambiente saudável ou poluído? Poderíamos continuar com inúmeras perguntas, mas o que realmente importa é saber se todos temos consciência das respostas destes questionamentos ou pelo menos sabemos que mesmo a nossa cidade tendo uma aparência ‘limpa’ devido ao suporte que temos dos funcionários responsáveis pela limpeza, ainda assim, se olharmos com atenção, vamos nos deparar com muito lixo em locais indevidos”, conclui Mylena.

Da Redação

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