Esperança renovada: encontrados doadores de medula óssea para as crianças de Toledo

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Milhares de pessoas se uniram em uma corrente do bem para ajudar duas crianças de Toledo: Felipe, de um ano e sete meses, e Pietro, de oito anos, que passam por um tratamento de leucemia. Com o objetivo de cadastrar doadores de medula óssea, a campanha ganhou grandes proporções e as duas famílias tiveram, recentemente, a informação de que foram localizados os doadores compatíveis.

A notícia chegou como um alívio para a família do Felipe. A mãe da criança, Jéssica Leonita Sartor, conta que o doador compatível é de outro país. “O primeiro passo, a primeira vitória já alcançamos que foi conseguir o doador. Agora estamos seguindo os outros passos da próxima etapa na certeza que já está dando tudo certo também”.

O pequeno Felipe encerrou o terceiro ciclo de quimioterapia nesta semana em Curitiba. Na próxima segunda-feira (24), ele vai passar pela consulta pré-transplante e inicia o período de isolamento por conta da Covid-19 também na capital.


A família comemora a primeira vitória e segue para a segunda etapa do tratamento do Felipe – Foto: Arquivo pessoal

Jéssica comenta que a previsão de internamento é dia 1º de junho e a possível data da cirurgia do transplante de medula no dia 10 de junho. “Quando ele internar ele terá que fazer a cirurgia para colocar o cateter para receber as medicações. Desta forma não será necessário utilizar o acesso”.

Depois dessa pequena cirurgia começa o condicionamento para o transplante. A mãe explica que é uma quimioterapia um pouco mais agressiva para que o organismo não consiga mais reproduzir as células que serão transplantadas do doador. “Ele terá que fazer essa quimioterapia durante alguns dias e, posteriormente, o Felipe vai receber a medula do doador”.

Após o transplante, a criança ficará entre 30 a 40 dias no hospital e ainda cerca de 100 dias em Curitiba para acompanhamento pós-transplante. Só então a família retorna para Toledo. “A partir daí teremos um cronograma de acompanhamento mais espaçado. No primeiro ano do transplante, ele terá uma série de restrições como o isolamento e, a partir do segundo ano o Felipe vai receber todas as vacinas novamente, por que quando faz o transplante zera todas as imunidades que ele adquiriu. Neste período, ele também volta a ser inserido na socialização. Porém, deve ser levando em consideração as condições da Covid-19”, explica a mãe Jéssica.

SOLIDARIEDADE – Pietro, de oito anos de idade, também movimentou uma corrente de pessoas para conseguir um doador de medula óssea. A campanha começou logo que os pais descobriram a doença no início do ano. Familiares e amigos que estão no Estados Unidos também se envolveram na campanha. O doador compatível foi localizado recentemente e é morador de outro país. A família não tem muitas informações sobre ele, mas sabe que poderá ajudar o Pietro.

“Ficamos contentes, porque até o momento o doador seria o pai do Pietro que é 50% compatível. É um sentimento de gratidão por ter encontrado essa pessoa, esse ‘anjo’ na nossa vida e na vida do Pietro. Esperamos que acabe logo essa luta que é muito grande”, enfatiza a mãe Carla Bussler.

Além da campanha para conseguir um doador voluntário de medula óssea, a família do Pietro começou uma ‘vaquinha on-line’ para arrecadar recursos para comprar um medicamento que faz parte do tratamento dele.

Comercializado por cerca de R$ 35 mil, a família estava com dificuldades para conseguir a liberação do medicamento pelo convênio. “O hospital estava pressionando, porque precisava de uma posição para continuar o tratamento. Por isso, decidimos fazer uma ‘vaquinha on-line’ para conseguir arrecadar o dinheiro para comprar o remédio”, esclarece a mãe.

Felizmente, o convênio liberou a medicação recentemente e a família dará continuidade ao tratamento do Pietro em Curitiba. Os recursos arrecadados na ‘vaquinha on-line’ ajudarão a família com as despesas na capital durante os próximos três a quatro meses. “Esses recursos são muito importantes para nós. Sem essa ajuda da comunidade seria mais difícil nossa permanência em Curitiba durante o tratamento do Pietro. Sou muito grata a todos”, agradece Carla.

DOAÇÃO – Para ser um doador de medula óssea é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade; estar em bom estado geral de saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, cada caso será analisado.

O cadastro é feito na Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) Hemocentro de Toledo. O doador deve apresentar um documento de identificação como RG, CPF, cartão SUS e comprovante de endereço. Será feita a coleta de uma amostra de sangue (10 ml) para a tipagem de HLA (exame de histocompatibilidade que identifica as características genéticas de cada indivíduo). Os dados do doador são inseridos no cadastro do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e, sempre que surgir um novo paciente, a compatibilidade será verificada.

Da Redação

TOLEDO