Após estreia olímpica com Quênia, Luizomar de Moura revela sonho de levar medalha

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Qualquer criança praticando esporte, sonha. Se imagina marcando um gol como um camisa 10 de seleção ou enterrando uma bola na cesta feito um astro da NBA. O esporte ensina sobre acreditar e trabalhar para transformar desejos em realidade. É o caso do técnico Luizomar de Moura, consagrado como um dos mais vencedores do vôlei nacional – único campeão mundial de clubes do país, com o time de Osasco – e que concretizou o sonho de comandar uma seleção nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, há cerca de três meses, no Japão. Dirigiu o Quênia, dentro de um projeto da Federação Internacional de Voleibol (FIVB, na sigla em inglês) que visa desenvolver a modalidade no país.

E para quem pensa que a chama se apagou, Luizomar de Moura dá o recado: a próxima meta é voltar a uma Olimpíada, desta vez para brigar por medalha. Ele falou sobre sua experiência à frente da seleção queniana em um congresso online de capacitação dedicada aos profissionais de educação física.

“Um dos maiores desafios foi manter a motivação, não só minha, mas da comissão técnica e, principalmente, das atletas. Nós sabíamos que a chance de derrota era muito grande, porque o vôlei ainda está engatinhando no Quênia, mas fizemos o mesmo trabalho de alto nível de todas as outras equipes. Acho que nunca perdi cinco jogos seguidos na minha carreira e mantivemos o espírito de fazer o melhor, sempre”, contou o treinador do Osasco, que luta para chegar a mais uma final de Campeonato Paulista.

Durante a palestra, o treinador revelou o momento mais difícil da Olimpíada: enfrentar o Brasil. Ao final da partida, após a derrota por 3 sets a 0, ele foi abraçado pelas atletas brasileiras, em especial Camila Brait, Tandara e Natália.

“Na véspera, a Camila Brait me ligou e disse que seria muito complicado me enfrentar, pois isso só tinha acontecido há pelo menos 15 anos, antes de eu levá-la para jogar em Osasco. Ao final da partida em Tóquio, ela, a Tandara e a Natália vieram me abraçar. As mesmas meninas que fizeram a primeira viagem internacional comigo, nos tempos de seleção brasileira de base. Naquela época, eu dizia que, com dedicação, elas se tornariam atletas olímpicas. E, naquele momento, foram elas que falaram que eu também era olímpico. Portanto, acreditem nos seus sonhos”, finalizou.