COB cria área de esportes femininos e contrata medalhista olímpica Isabel Swan

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Em mais uma iniciativa para buscar a igualdade de gênero no esporte brasileiro, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) criou a Coordenadoria de Esportes Femininos e anunciou a medalhista olímpica Isabel Swan para comandar a área que cuidará dos projetos focados em esportistas, treinadoras e gestoras mulheres.

De acordo com a entidade, a medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 foi escolhida em processo seletivo. “Este é mais um passo importante no processo de equidade de gênero no esporte olímpico brasileiro, que o COB vem liderando desde o início desta gestão. E caberá à Isabel Swan, referência na vela mundial e atleta engajada com o Movimento Olímpico, tomar a frente deste projeto”, disse o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira.

A ex-velejadora tem duas Olimpíadas no currículo. Em Pequim-2008, ficou em terceiro lugar ao lado de Fernanda Oliveira na classe 470. No Rio-2016, chegou à final, formando dupla com Samuel Albrecht, na Nacra 17. Longe dos mares, ela se formou em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem MBA em Gestão de Projetos pelo IBMEC.

“É um privilégio trabalhar no COB e ter a chance de contribuir com o esporte feminino, dando suporte para que as mulheres possam desenvolver seus trabalhos. Nossa visão é de médio a longo prazo, identificando o cenário atual e estudando as ações que podem ser efetivamente executadas”, comentou Isabel.

Para ocupar este cargo, ela precisou renunciar à Comissão de Atletas do COB. Mas deve manter suas posições na Comissão de Atletas da PanAm Sports, no Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Vela e na vice-presidência do Projeto Grael, ONG criada pelos irmãos Torben e Lars Grael.

Segundo o diretor de Esportes do COB, Jorge Bichara, Isabel terá atuação abrangente na entidade, cuidando tanto da parte de resultados esportivos quanto da participação feminina na própria gestão da entidade.

“A Isabel vai fazer um diagnóstico da atuação feminina no esporte brasileiro, estudando não somente o aspecto competitivo, mas também a participação em cargos de gestão e entorno do atleta. É inegável que algumas provas e modalidades ainda possuem espaço para crescimento da participação feminina no cenário mundial, mas seu trabalho vai além do desenvolvimento de resultados”, explicou Bichara.

De acordo com o COB, 55% do quadro de funcionários da entidade é composto por mulheres atualmente. Elas ocupam sete dos 12 cargos diretivos e de gerência. Nos últimos anos, o Comitê apresentou seguidas iniciativas para aumentar e valorizar a participação feminina na entidade, como enviar equipe 100% feminina para liderar a delegação brasileira nos Jogos Sul-Americanos de Praia Rosário-2019 e a criação do curso gratuito Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte, com apoio da ONU Mulheres.