Como empresas, clubes de futebol poderão adotar diferentes modelos de gestão

2
A aprovação da Lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) dá abertura para mais de um tipo de modelo de gestão no futebol. Clubes de maior porte, mas com muitas dificuldades financeiras, como São Paulo, Santos, Vasco e Cruzeiro, têm um perfil mais propício para atrair investimentos de fundos maiores e até de governos, como os de países árabes, que buscam maneira eficiente de praticar soft power – usar o futebol para melhorar sua imagem.

“O investidor de um clube grande não poderá pensar apenas em gerar novas revelações para exportação. Ele deverá gastar muito para ter estrutura competitiva. Nesse sentido, o retorno em soft power é importante. Uma imagem simpática através do investimento em futebol pode ajudar esse país a alavancar negócios e apoio político em um dos países mais importantes do ponto de vista geopolítico e econômico”, afirma Denis Rappaport, formado pela Universidade de São Paulo e pela Fundação Getúlio Vargas.

Já os clubes de menor porte têm maiores possibilidades de captar investimentos de fundos que não sejam tão grandes, mas que tenham condições de dar um aporte financeiro ao clube, visando ao lucro posterior com venda dos direitos de TV e de jovens jogadores.

Para Pedro Oliveira, cofundador da consultoria OutField, há distintos níveis de investimento nesta atividade. “A gestão do clube-empresa irá depender muito do modelo de negócio. Clubes grandes como Paris Saint-Germain, Barcelona, Real Madrid e Manchester City fazem muito dinheiro com receitas comerciais, com presença global, patrocinadores globais, vendas de camisa, licenciamento, direitos de imagem de atletas.”

“Mas é possível ter uma operação lucrativa no modelo mais tradicional, baseado só no comercial. Aproximando mais da realidade do Brasil, isso também é possível, dentro de um modelo pautado nos direitos de transmissão e venda de atletas, que somam cerca de 70% das receitas dos clubes do Brasil”, afirma o especialista.