Ex-número 1 do mundo, Murray exige respeito durante pandemia e cita o Brasil

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No momento em que muitos jogadores do circuito profissional se dizem cansados de ficar em ambientes controlados nos torneios, as chamadas “bolhas” entre os hotéis e locais de competição, o britânico Andy Murray pede para que os colegas respeitem as exigências estabelecidas pelos eventos e por autoridades de saúde locais. O tenista de 33 anos e ex-número 1 do mundo entende que essa é a forma mais segura de manter o calendário durante a pandemia do novo coronavírus.

O britânico cita até mesmo o recente aumento no número de mortes pela doença no Brasil para justificar o pedido para que os demais jogadores entendam a gravidade do momento.

“Sei que não é muito divertido ficar na bolha. Em Miami, por exemplo, você olhava pela janela e a cidade inteira estava completamente aberta, mas os jogadores estavam obviamente na bolha”, disse Murray, em entrevista ao jornal escocês Herald Scotland. “Mas se não tivesse a bolha, ainda mais na época do ‘Spring Break’ (festa tradicional nos Estados Unidos), com toneladas de pessoas vindas de todo o país e festejando, um monte de jogadores começaria a dar positivo para a covid-19 e isso também seria muito difícil para o torneio”.

“Mas, ao mesmo tempo, eu vejo que 60 mil pessoas morreram no Brasil no mês passado por causa do coronavírus. Então, se é isso que temos que fazer para continuar fazendo nosso trabalho e dar aos torneios alguma segurança, que seja. É uma época muito incerta todo mundo. No momento, (a bolha) é a melhor maneira de manter os torneios seguros, além de proteger os jogadores e os membros das equipes”, complementou o atual 121.º colocado do ranking da ATP.

Murray também cobra empenho dos jogadores em participar de campanhas de vacinação. O sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo, já afirmou que não concorda com a obrigatoriedade de ser vacinado. “Se você não quer ficar em uma bolha por tanto tempo, você precisa apoiar a vacinação porque você não pode simplesmente dizer: ‘Não, queremos apenas viver normalmente e não queremos ficar na bolha, mas nós também não queremos ser vacinados’. Isso, para mim, seria idiotice”.