Família Diniz quer levar governança ao futebol; dívida dos clubes é de R$ 10 bi

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A família Diniz, pai e filhos, sempre esteve ligada ao esporte. Agora, o mais novo desafio de João Paulo Diniz é levar para os clubes de futebol do Brasil uma forma melhor de gerir suas instituições, de modo a apostar na melhora dos indicadores de governança na modalidade. Em abril, o balanço dos times de futebol apontou para um déficit em 2020 de R$ 1 bilhão, com dívidas acumuladas de R$ 10 bilhões.

João Paulo Diniz quer se valer do movimento Pacto pelo Esporte, que reúne patrocinadores e empresários interessados e dedicados ao futebol, para avançar na empreitada. O trabalho já foi iniciado com federações de outras modalidades olímpicas, mas nunca no futebol, que domina o investimento das empresas.

Recentemente, o Estadão publicou reportagem sobre o aumento de parceiros, grandes e pequenos, dos times de futebol no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. O Flamengo, por exemplo, negociou até seu meião de treino para anunciantes. “Queremos trazer os clubes para o rating e já estamos em conversas com alguns dos principais times do País”, disse João Paulo.

A iniciativa acontece em um momento em que os clubes estão tendo de se desdobrar para fazer receitas por causa, entre outras coisas, da falta do dinheiro das bilheterias, estimada em 30%. Como todos sabem, desde a pandemia, os estádios de futebol não recebem público. Ajeitar os clubes em uma governança melhor gera confiança e, consequentemente, atrai mais investidores. “O marketing esportivo sempre foi uma área meio cinzenta, não tinha muita segurança. Você não conseguia cobrar resultados”, afirmou o empresário.

O trabalho já contou com a participação de modalidades esportivas, como atletismo e canoagem e judô. Tem apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Paralímpico (CPB), além do Atletas pelo Brasil e Instituto Ethos. O Pacto pelo Esportes nasceu em 2015, logo após a seleção brasileira levar uma surra na Copa do Mundo de 2014, quando perdeu de 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais, e caiu fora da competição. Conta com 35 empresas, entre elas Bradesco e Itaú, além da Cielo, Gol e Carrefour, por exemplo.

A ideia é criar um selo de participação no programa e tentar fazer com que ele seja uma porta aberta para a entrada de empresários e novos investimentos no futebol, com mais segurança e transparência. Os grandes clubes do futebol brasileiro têm, em média, receita anual de R$ 500 milhões.