Com planejamento, Paraná reduz criminalidade e moderniza segurança, afirma secretário

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Confirmando os bons resultados apresentados no ano passado, o Paraná fechou o primeiro trimestre de 2021 com redução em diversos índices de criminalidade. A primeira análise dos dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública mostra aumento de 148% nas apreensões de drogas entre janeiro e março na comparação com o mesmo período do ano passado, com 36,8 toneladas de drogas a mais apreendidas no período.

Para o secretário estadual da Segurança Púbica, Romulo Marinho Soares, a queda constante nos índices de violência foi alcançada depois de muito planejamento para melhorar a integração e conseguir mais recursos para a pasta. Planejamento este que permitiu a melhoria da estrutura, compra de equipamentos, armamentos e viaturas e a construção de novas penitenciárias e delegacias, além de novas aquisições já programadas.

Também houve conquistas na gestão, como a regulamentação das diárias extrajornadas para policiais civis e policiais militares; a criação da Polícia Penal, ainda em discussão na Assembleia Legislativa; a retirada de presos das delegacias, com a desativação de 41 carceragens; e a descentralização da Polícia Científica. Também estão em andamento concursos públicos para reestruturar as forças de segurança.

“Começamos a trabalhar com esse planejamento dentro das seis instituições que fazem parte da Segurança Pública ainda em 2019, verificando quais precisavam ser atendidas”, afirma Marinho, nesta entrevista. “Entramos em 2020 já colocando esse plano em ação, com nossas polícias recebendo as ferramentas adequadas, material de tecnologia, armamento e veículos, além das obras no sistema prisional”.

Além de atuar no combate à criminalidade, as forças de segurança paranaenses também foram um importante suporte da Saúde no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Há mais de um ano os policiais estão nas ruas para evitar as aglomerações e orientar a população para que sigam as medidas sanitárias que evitam a disseminação do novo coronavírus.

“A palavra das forças de segurança sempre foi de orientação, para gerar respeito e gentileza. É um trabalho de planejamento que ainda não parou, continuamos atentos para cumprir todos os decretos que o governador anunciar. É preciso atenção porque a pandemia ainda não acabou”, destaca o secretário.

Na entrevista, Romulo Marinho, que é coronel do Exército, também comenta sobre a nova estrutura da Escola de Sargentos das Armas (ESA) da corporação, que depois mais de 70 anos instalada em Três Corações, em Minas Gerais, deve ganhar uma nova casa. A cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é uma das três que disputam a nova sede da academia que forma os sargentos do Exército, junto com Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e Recife, em Pernambuco.

Com investimento previsto de R$ 1,2 bilhão, a estrutura pode trazer um movimento nunca visto ao município, com a previsão de formar 2,5 mil sargentos por ano e abrigar cerca de 10 mil pessoas.

“Quando ela começar a funcionar, as famílias dos alunos virão para cá, além dos professores e do contingente militar que vai trabalhar na instituição. Não é pouca gente, a estimativa é de até 10 mil pessoas atuando para fazer com que a escola funcione da melhor maneira”, salienta. “Além de gerar emprego e renda, uma estrutura como essa traz grande visibilidade a Ponta Grossa, é uma referência nacional e até internacional”.

O Paraná fechou 2020 com redução nos índice de criminalidade, resultado que também se repete no primeiro trimestre deste ano. A que se deve essa queda?

A queda nos índices de violência vem desde 2019, quando percebemos que deveríamos fazer um planejamento estratégico no Estado para os quatro anos seguintes. Começamos então a montar uma equipe muito bem preparada para fazer esse planejamento, que foi levado ao governador Carlos Massa Ratinho Junior. Prontamente ele aprovou e orientou a Secretaria da Fazenda para que atendesse às necessidades da área da segurança, que não conta, no orçamento do Estado, com um valor mínimo para ser investido. Também começamos a identificar quais instituições poderiam ser parceiras da Segurança Pública e fomos ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), à Itaipu Binacional e ao Ministério da Justiça atrás de recursos, dando a contrapartida do Governo do Estado. Começamos a trabalhar com esse planejamento dentro das seis instituições que fazem parte da Segurança Pública, verificando quais precisavam ser atendidas.

Entramos em 2020 já colocando esse plano em ação. Nossas polícias receberam as ferramentas adequadas, material de tecnologia, armamento e veículos. Começamos a investir em obras no sistema prisional e na Polícia Civil, com a construção de novas penitenciárias e delegacias. O Corpo de Bombeiros se expandiu e recebeu novas ferramentas, compramos equipamentos de fora do Brasil.

A parte de inteligência também recebeu equipamentos adequados para seu trabalho. Em 2019 foi feito o planejamento, em 2020 iniciaram as ações e em 2021 prosseguimos com um trabalho planejado. Passados dois anos da gestão Ratinho Junior, a Segurança Pública se sente mais tranquila para continuar seu trabalho, porque sabe que tudo está planejado até 2022. Prosseguimos até lá para dar uma pronta resposta, melhorando a estrutura e ampliando o número de profissionais com os novos concursos. Quem ganha com isso é a sociedade, que há muito tempo esperava por esses investimentos e resultados. Tenho certeza que a segurança do Estado, seja nas fronteiras, nas cidades ou nas áreas rurais, está muito melhor.

Como esses novos equipamentos, veículos e armamentos são direcionados às forças de segurança no dia a dia de trabalho?

Todo os investimentos são reflexo desse planejamento que iniciamos em 2019, que contemplou as ferramentas necessárias para o policial trabalhar. São necessários veículos novos, armamentos e equipamentos adequados, capacitação constante e, principalmente, a integração das forças, trabalhando juntas e unidas. Com isso, hoje a Segurança Pública se comunica melhor e também está integrada com outros forças, seja as que atuam no Paraná ou em outros estados, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Fizemos operações conjuntas com São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina que trouxeram bons resultados, fruto desse ambiente mais moderno e da sinergia criada.

A Secretaria também está com concursos em andamento, que acabaram interrompidos pela pandemia. Há previsão de que eles saiam ainda neste ano?

Tanto concurso público da Polícia Militar como o da Polícia Civil devem ocorrer ainda neste ano. A previsão da Universidade Federal do Paraná é que a prova da PM seja realizada em junho e da PC em outubro. Mas já estamos ampliando o contingente da Segurança Pública desde anos anteriores, com a convocação de profissionais da Polícia Científica, por exemplo, que melhorou a estrutura da unidade. Após a realização dos concursos neste ano, faremos a capacitação desse pessoal em 2022 para, em 2023, colocarmos mais policiais nas ruas, já contratados, capacitados e motivados para atuar em favor da população.

Policiamento foi reforçado nos últimos anos no Paraná. Foto: PCPR

As forças de segurança têm papel importante durante a pandemia de Covid-19, fiscalizando e orientando a população. Como tem sido esse trabalho?

O trabalho tem sido organizado e planejado, com a Secretaria de Segurança Pública acompanhando o problema da pandemia desde o ano passado. Tão logo começamos a perceber que a pandemia iria se estender, nos organizamos para ajudar o Governo do Estado, em especial a Secretaria da Saúde, em seu enfrentamento. Tivemos como referência os decretos que o governador tem emitido. A secretaria acompanha cada anúncio para que na prática, na rua, possamos orientar a população. A palavra das forças de segurança sempre foi de orientação, para gerar respeito e gentileza.

Os policiais foram às ruas para cumprir os decretos e evitar aglomerações, para orientar as pessoas para respeitarem os horários, saindo de madrugada fiscalizar os problemas com bebidas, com baladas, com o trânsito e lesão corporal. É um trabalho de planejamento que ainda não parou, continuamos atentos para cumprir todos os decretos que o governador anunciar.

Juntamente com a Secretaria da Saúde, os fiscais das prefeituras e as guardas municipais, foram constituídas as Ações Integradas de Fiscalização Urbana (AIFU), que atuam para orientar a população para que respeitem o distanciamento social, porque a pandemia não acabou. Conseguimos êxito no Paraná, a Segurança Pública tem participação ativa e o resultado é altamente positivo, pois conta com a colaboração da população.

O Exército Brasileiro deve transferir a Escola de Sargentos das Armas (ESA) para uma nova cidade, e Ponta Grossa é uma das cotadas para receber a estrutura. O que isso deve representar para o Estado e o município?

A possibilidade de a ESA vir ao Paraná é muito grande. Para o Estado, representa um investimento de R$ 1,2 bilhão que será aplicado aqui, que vai gerar emprego e renda para a população. Para o Exército também é muito importante, pois vai incorporar ao seu patrimônio um terreno de cerca de 50 quilômetros quadrados, uma área estratégica, boa para construir. E a cidade de Ponta Grossa é a grande beneficiada, vai ganhar visibilidade, porque quando você implanta uma escola das Forças Armadas, ela traz reconhecimento ao município e ao Estado, nacional e internacionalmente. As pessoas identificam a cidade como aquela que conta com uma Escola de Sargentos.

Também vai mexer com a cadeia turística, movimentando aeroporto, rodoviária, o fluxo de hotéis e pousadas. Mais de 10 mil pessoas devem vir para cá, gerando um grande movimento no município. A ESA vai formar 2,5 mil sargentos por ano, mas também tem todo o entorno. Quando ela começar a funcionar, as famílias desses alunos virão para cá, além dos professores e do contingente militar que vai trabalhar na instituição. Não é pouca gente, a estimativa é de até 10 mil pessoas atuando para fazer com que a escola funcione da melhor maneira. Serão criados hospitais, uma Vila Militar, construídas salas de aula, área esportiva, os campos de instrução. Terá todo um fluxo para abrigar as estruturas do Exército.

Além de Ponta Grossa, outras duas cidades estão sendo estudadas pelo Exército para abrigar a ESA, Santa Maria (RS) e Recife (PE). Quais são as vantagens da cidade paranaense nessa disputa?

Ponta Grossa é uma cidade que tem crescido muito e é bastante competitiva, é a que recebe o maior número de empresas que vêm se instalar no Paraná. Com a Escola de Sargentos vindo para cá, é mais um grande investimento que vai agregar valor para o Estado e para o município, que também está em uma ótima localização. Além de emprego e renda, ela vai gerar muito movimento na cidade, dentro do fluxo da estrutura do Exército, que tem muitas organizações militares nessa região. Ela viria em um momento que o Exército investe bastante no Estado em função da Tríplice Fronteira. Para a cidade de Ponta Grossa seria um grande ganho.

Da AEN