Militares proíbem atos e impõem toque de recolher em Mianmar
As medidas restritivas vieram depois de um grande protesto na capital, Naipidau, cidade construída pelos militares para ser a sede do governo e habitada quase toda por funcionários públicos e seus parentes – o que mostraria o nível de insatisfação da população. O ato foi reprimido com canhões de água e os agentes de segurança ameaçaram atirar contra a multidão. Outras cidades do país também registraram manifestações.
Conforme as ordens dos militares, estão vetadas reuniões com mais de cinco pessoas e carreatas. Em Yangon e Mandalai, o toque de recolher passou a vigorar ontem e vale das 20 horas às 4 horas, onde são registradas as maiores manifestações contra o golpe de Estado.
Ontem, manifestantes se reuniram em um cruzamento no centro da cidade levantando saudações com três dedos – um símbolo de resistência – e carregando cartazes escritos dizendo: “Rejeite o golpe militar” e “Justiça para Mianmar”.
Houve atos em pelo menos outras cinco cidades. A crescente onda de protestos – particularmente em Naipidau, onde manifestações de rua são incomuns – chama a atenção em um país cujos governos militares costumam reprimir com violência os dissidentes.
“Não queremos a junta militar”, disse Daw Moe, um manifestante em Yangon. “Nós nunca quisemos esta junta. Ninguém quer isso. Todas as pessoas estão prontas para lutar contra eles.” (FONTE: ASSOCIATED PRESS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.