Organizar as finanças garante um final de ano mais tranquilo
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Falta pouco para terminar 2025, e dois sentimentos tomam conta: a celebração das festas de fim de ano e a preocupação financeira. E não tem como fugir, o apelo por presentes, as celebrações e a viagem de férias acabam pressionando o orçamento que, muitas vezes, já está no limite.
O que era pra ser um período de alegria, de confraternização, pode ser uma fonte de estresse e a preocupação para não terminar o ano no vermelho é mais um desafio. Contudo, com um planejamento cuidadoso das finanças pessoais é possível passar por essa temporada com calma e segurança, evitando dívidas e começando o novo ano com o pé direito.
Para aqueles que têm dificuldade em organizar as despesas e querem o maior controle financeiro dos seus gastos e até melhorar a distribuição da sua renda em relação às despesas, o economista e professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, Jandir Ferrera de Lima, orienta a utilização de planilhas e anotações sistematicamente.
“Tenham esse hábito de anotar todos os seus gastos e sempre priorizar aquilo que é mais importante para o seu bem-estar evitando aquilo que é supérfluo, principalmente para aquelas pessoas que estão já com uma certa situação financeira fragilizada”.
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DÍVIDAS – Ainda que os gastos de final de ano sejam grandes, a entrada do 13º salário acaba trazendo um certo alívio para o orçamento e uma oportunidade para novas compras. Contudo, se a realidade ainda é de dívidas, o economista enfatiza que o ideal é utilizar o 13º salário para saldar os débitos.
“É claro que tudo depende da dívida que tem e do montante de renda que é necessário para saldar essa dívida. Então, para aqueles que têm pequenas dívidas, que não são dívidas extensas, o ideal é quitá-las. Para aqueles que têm dívidas mais longas e o 13º não atende a possibilidade de quitar, por exemplo o financiamento de um móvel ou de um carro, cabe lembrar que além da despesa do final do ano, como com presentes, ceia de Natal, ou viagens, há também despesas com impostos”.
E mal encerram as festividades de final de ano, e a despesas com impostos como IPVA e IPTU e material escolar – para quem tem filhos em idade escolar –também acabam sufocando as contas de casa. Para aqueles que não têm como quitar uma dívida, ou se isso não é prioridade, Lima cita que o ideal é sempre reservar uma parte do 13º salário para essas despesas que ocorrem anualmente e que são praticamente obrigatórias. “Essas despesas podem influenciar depois a situação financeira no próximo ano, pode comprometer até a saúde financeira no próximo ano”.
PLANEJAMENTO – Para equilibrar as contas e ter um orçamento saudável e sem apertos no final do ano, é preciso adotar algumas mudanças. Ter um planejamento auxilia a família administrar as finanças sem comprometer os planos. O planejamento financeiro é uma forma de promover qualidade de vida, já que proporciona tranquilidade para lidar com situações inesperadas e garante melhores condições para o futuro. Ao criar hábitos de organização e disciplina, é possível transformar objetivos em conquistas e manter uma vida financeira saudável.
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Para ter tranquilidade financeira, além de anotar e planilhar todos os gastos, economista orienta sempre reservar 10% da renda em uma caderneta de poupança ou em um fundo de investimento mais simples, que não tenha muito risco, para poder chegar ao final do ano com o 14º salário. “Evite despesas supérfluas e sempre priorize nas compras aquilo que é importante para o seu bem-estar e da sua família. E só depois, quando sobrar da sua renda, você alocar naquilo que é supérfluo, sempre procurando economizar o que for possível”.
Jandir enfatiza a importância de fazer gastos mais racionais, trocando marcas mais caras pelas intermediárias com boa qualidade e com benefícios. Também evitar desperdício. “O fato de reorganizar a sua despesa, o seu modo de vida, isso pode ajudar no seu bem-estar financeiro sem comprometer o seu bem-estar físico, seu bem-estar pessoal”, complementa.
MUDANÇA – Para aqueles que estão com uma reserva no orçamento ou que conseguirem quitar as dívidas até o final do ano, o economista comenta que a sobra de recursos pode ser aplicada em fundos de investimento em renda fixa, que atualmente têm oferecido um bom retorno financeiro. “A taxa Selic é uma taxa que está em um valor bem significativo em relação à inflação, então as pessoas conseguem ter um bom rendimento financeiro sem comprometer ou correr grandes riscos”, explica.
Saber administrar o dinheiro requer disciplina, planejamento e objetivo. Com as atitudes certas é possível sair do vermelho. Mudar a forma como se gasta o dinheiro é um passo essencial para conquistar estabilidade financeira e alcançar objetivos de vida. Muitas vezes, os hábitos de consumo são guiados por impulsos ou pelo desejo imediato, sem considerar as consequências a longo prazo.
Ao repensar esses comportamentos, é possível transformar o dinheiro em um aliado, evitando endividamentos desnecessários e garantindo mais segurança para o futuro. O economista e professor da Unioeste lembra que muitas pessoas ainda têm dificuldade em lidar com o dinheiro. Por isso, a educação financeira é muito importante desde os primeiros anos de vida.
“As pessoas que têm essa dificuldade, a estratégia é pensar que a virada de ano é um momento também para mudar o seu estilo de vida. E além de tentar economizar, o momento é de organizar melhor as suas despesas, focar em melhorar suas condições de vida por meio de um curso, ou capacitação na tentativa de fazer um upgrade profissional. Além de conseguir equalizar suas dívidas, de melhorar suas condições financeiras, as pessoas também têm que refletir que elas podem melhorar pessoalmente e profissionalmente”, conclui Jandir Ferrera de Lima.
Da Redação
TOLEDO