Apesar dos altos e baixos no mercado, empresário da indústria deve ser resiliente, diz Sperotto

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Após um ano complicado para a indústria no país, devido aos impactos da pandemia do coronavírus, o empresário aguarda um ano melhor. Existe a perspectiva de crescimento, porém ela deverá ser gradual. Para isso, uma possibilidade é estabelecer ações para tornar a empresa mais inovadora e competitiva no mercado. Esse é um exemplo da Fiasul, Indústria de Fios, em Toledo.

De acordo com um dos empreendedores da Fiasul Augusto José Sperotto, algumas indústrias seguem o ano de 2021 com um bom desenvolvimento; outras, infelizmente, quebraram. Esse é o recorte e o resultado da pandemia. “Ela atingiu alguns setores de maneira severa. No ano passado, a indústria ficou fechada durante 45 dias. Março, abril e maio foram meses preocupantes em 2021. A partir de junho, a situação começou a amenizar e tudo passou a melhorar”.

Sperotto explica que a perspectiva é o mercado se ‘aquecer’ e, com isso, a indústria consegue ter ganho de escala. Atualmente, a indústria Fiasul possui perspectiva de investimento. Até o momento já foram investidos R$ 1,5 milhão. Até 2022, a expectativa é chegar um montante de mais de R$ 70 milhões.

“Para tornar a Fiasul mais competitiva, a indústria pretende diversificar o seu portfólio com a produção de fio sintético e na pigmentação do tecido. Como o nosso planejamento estratégico é realizada para a cada dez anos, essa ação está prevista e nós faremos esse novo investimento”, revela Sperotto.

A indústria está preparada para concorrer e, segundo o empresário, a Fiasul é uma das mais modernas fábricas da América Latina. Em 2022, a expectativa é ficar entre as cinco maiores do setor na América Latina.

SUPERAÇÃO – No entanto, não são todas as indústrias que possuem esse tipo de planejamento. O empreendedor comenta que a pandemia atingiu de maneira diferente cada empresa. “Existem alguns fatores que podem interferir, como a atividade, a localização, as estratégias estabelecidas e a condição de mercado, como o comportamento do dólar. Enfim, cada setor é um setor”. Sperotto cita como exemplo um fabricante de terno. “A pandemia diminui a realização de eventos, o que pode ter desacelerado este mercado”.

De acordo com o empresário, a equipe da Fiasul vai acompanhar o comportamento do mercado. “A produção será separada e nós pretendemos produzir 50% de fio sintético e outro espaço poderá ser a fibra de algodão, por exemplo. Nós iremos ‘sentir’ como o mercado vai reagir”.

Aos colegas industriais, Sperotto enfatiza que toda a ação é válida desde que exista a resiliência, ou seja, a capacidade de cada empresário lidar com os problemas, adaptar-se as mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas; no caso, a pandemia.

Ele recorda que quando a Fiasul começou a produzir fio de algodão tinha 290 funcionários e produzia 280 toneladas de fios. Hoje, são 750 funcionários e a produção de 1500 toneladas. O objetivo é ampliar para 800 funcionários e duas mil toneladas. “Apesar dos altos e baixos, quem atua na indústria deve ser resiliente. Ele deve se especializar, ser bom naquilo que faz e acreditar que dará certo. Nós passamos por diversos momentos difíceis, um deles, o incêndio ocorrido em 2014. Mas, conseguimos vencer. É preciso ser resiliente, acreditar no que faz e ter confiança”.

Da Redação

TOLEDO