Estiagem e forte geada influenciaram na produtividade do milho e do trigo

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O relatório mensal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento aponta uma redução, já esperada, na produção do milho da segunda safra 2020/21. A estiagem prolongada e a geada intensa foram os principais fatores que influenciaram na produtividade da safra.

Com uma área de 427.822 hectares plantados na Regional de Toledo, o Deral trabalha com uma produtividade de 1.065.000 toneladas, quebra de 58%. “É uma redução muito grande, visto que a nossa região é grande produtora de milho e depende muito do grão também para a produção de proteína animal. Essa quebra vai fazer falta”, comenta o técnico do Deral Paulo Oliva.

Ele lembra que a quebra é reflexo do atraso na implantação da safra, a estiagem prolongada e a forte geada que ocorreu em uma fase suscetível do milho. No território, cerca de 70% do milho safrinha está colhido. No relatório do Deral 58% das lavouras apresentam condição ruim, 32% médio e 10% apresentam boas condições. “O milho safrinha ainda tem 1.500 hectares de área totalmente perdidas”.  

TRIGO – Entre as culturas de inverno, o Deral reduziu também a estimativa de produção do trigo. Na Regional de Toledo foram 39.635 hectares do grão plantados. Segundo Oliva, a projeção inicial era de 120.886 toneladas. “A nossa área é pequena se comparado a produção do estado e hoje o Deral considera uma produtividade de 85.215 toneladas, quebra de 30%”.

A redução na safra de trigo ocorreu por conta dos mesmos fatores que influenciaram o milho safrinha. “O trigo tem necessidade de dias mais frios, porém não na condição que ocorreu com frio extremo. Junto com a estiagem, a produção também foi comprometida”, esclarece Paulo Oliva ao complementar que as lavouras estão 100% em fase de frutificação.

A colheita do trigo na Regional de Toledo deve começar na segunda quinzena deste mês. De acordo com os dados do Deral, 30% das lavouras apresentam condição ruim, 50% média e 20% estão em boas condições.

PRÓXIMO CICLO – No dia 10 de setembro finaliza o período do vazio sanitário, época de ausência total de plantas vivas de soja. A determinação é para evitar que o fungo causador da ferrugem da soja se multiplique durante o final da entressafra. Após essa data, os produtores podem começar a implantação da soja safra 2021/22.

Porém, Oliva esclarece que o produtor deve iniciar o plantio a partir do retorno das chuvas. “Este ano estamos numa condição muito ruim. O produtor vai buscar algumas alternativas a partir do momento que tiver umidade porque o investimento é muito alto. A agricultura é um escritório a céu aberto. Precisamos de grande volume de chuva para molhar o solo. Sem chuva corremos o risco de ter o mesmo cenário do ano passado, com atraso no plantio da soja”.

De acordo com o Deral, as estimativas para a safra 2021/22 de soja é de 485 mil hectares e projeção de 1.843.000 toneladas. Para o milho, safra de verão, a área na Regional de Toledo foi atualizada para 4.500 hectares e produtividade estimada de 41.400 toneladas. “Houve um crescimento de 3.128 hectares no ano passado para 4.500 hectares na próxima safra e isso é reflexo das boas condições de preço e a necessidade do grão”, finaliza.

Da Redação

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