Isolamento e pandemia: atendimento psicológico por telefone teve baixa adesão

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Em abril do ano passado, o Serviço Integrado de Saúde Mental (SIM PR), na modalidade Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD III), do Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar), passou a ofertar atendimento psicológico por telefone. O trabalho contribui ao prestar suporte emocional as pessoas em isolamento, contudo, não teve ampla adesão.

A gerente do SIM PR, Adriana Alves Costa, comenta que esses atendimentos foram encerrados em setembro de 2020. Essa ferramenta de escuta tinha o objetivo de prestar o suporte psicológico de acolher, oferecer um momento de apoio e orientação referente ao autocuidado da população neste momento. Mesmo não sendo um atendimento psicoterápico, a modalidade de atendimento sempre esteve pautada nos princípios do código de ética profissional no que tange ao sigilo, no qual, todo assunto tratado é confidencial e não é compartilhado.

“Foram realizados poucos atendimentos, apesar de ter sido divulgado. Enfim, houve pouca adesão da população”, lamenta Adriana. “Conforme voltamos aos atendimentos presenciais e, no momento, estamos com equipe reduzida tivemos que deixar de lado o projeto e focar nos atendimentos específicos ao nosso público. Mantemos os atendimentos por vídeo-chamada, mas isso, apenas para pacientes dependentes de álcool e outras drogas. A população em geral se ligar orientamos a buscar atendimentos via Unidade Básica de Saúde (UBS) que realiza o encaminhamento para os locais corretos”.

Toda a população dos 18 municípios da área de abrangência da 20ª Regional de Saúde teve acesso a essa rede de atendimento. O trabalho foi prestado por profissionais que atuam no serviço de saúde mental que estão do outro lado da linha para dar atenção, escutar e orientar. O serviço foi confidencial como acontece nos atendimentos presenciais. A ideia era minimizar os sofrimentos deste complicado momento de enfretamento da doença e seus agravantes em outros segmentos da sociedade.

CONSEQUÊNCIAS RECORRENTES DO ISOLAMENTO – A ideia de isolamento pode causar transtornos, além de remeter aos sentimentos de mal-estar constante, ‘sufocamento’, tristeza permanente, entre outras situações. Cuidar do corpo com a prática de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada são ações fundamentais. Entretanto, a saúde mental merece atenção especial neste período, pois ninguém está imune.

A pandemia é sentida e vivida de maneira diferente por cada. As consequências do período são sentidas de formas diferentes e pode envolver questões relacionadas a alimentação, na maioria dos casos há uma exacerbação no ato de comer, dificuldades com o sono, ansiedade relacionada a fatores econômicos, entre outros.

“Os atendimentos fizeram a diferença para quem participou do projeto, porque estavam angustiados com a situação e tiveram a oportunidade de ter a escuta qualificada. Considerando que se fossem aguardar as vias normais demoraria mais tempo e com o projeto pode ser atendido no mesmo dia”, avalia Adriana.

PROCURAR AJUDA ESPECIALIZADA – O país ainda vive um período de enfrentamento, cada um carrega seus traumas e trava as próprias lutas interiores. A orientação é buscar ajuda de um profissional da área da saúde mental ao apresentar indicativos e alertas de que algo não está bem, esses sinais podem passar despercebidos como comer mais ou menos, dormir mais ou menos, são ações não habituais que podem ligar o ‘sinal de alerta’ para buscar ajuda antes que a situação fique mais complicada.

Da Redação

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