Superar a partida: os sentimentos vividos dia a dia

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Como controlar o doloroso sentimento de perda de um ente querido? Os sintomas característicos do luto, assim como todos os quadros emocionais, não estão sob controle. Faz parte da vida humana, ou seja, não está passível de decisão própria e são resultantes das interações com contextos específicos, com particularidades da vida de cada um.                                                 

Segundo a psicóloga, Thamirys Sayami Almeida Amano, não é possível superar o luto simplesmente pela decisão, por não querer mais lembrar ou sofrer com a perda. Ela explica que é comum que o enlutado passe a sentir-se mais vulnerável, sozinho e com um ‘espaço vazio’, por isso, este período é primordial o apoio de familiares e amigos na composição de uma rede de apoio.

“Respeitar este processo, por parte do próprio enlutado, é uma ação importante. Permitir sentir a perda, chorar, respeitar o sofrimento, bem como demais sentimentos gerados neste período, ajudam neste processo, pois é algo temporal”, destaca a psicóloga.

SEGUIR EM FRENTE – O enlutado, segundo Thamirys, deve continuar com os afazeres importante. “A pessoa não deve fingir que nada aconteceu, mas sim, respeitar o próprio sofrimento. Deixar de lado coisas importantes pode aumentar o foco sobre seu sofrimento, bem como, gerar sentimento de culpa”, alerta ao citar que a intensidade do sofrimento do enlutado, irá variar de acordo com a intensidade do sentimento ou do significado que a pessoa que veio a falecer tinha em sua vida.

No processo de superação é importante buscar estar com os amigos, conversar quando sentir a necessidade, cuidar de si fazendo aquilo que gosta como a prática de atividade física, leitura, meditação, buscar atendimento profissional, terapia, entre outras ações. A profissional reforça que a rede de apoio tem importante papel nesse processo.

AJUDA PARA SUPERAR – “O luto é um processo natural da vida humana. Os ‘sintomas’ que envolvem essa fase são necessários para a superação do falecimento da pessoa querida. Não existe um tempo convencional – dias, meses, anos – para a superação das fases do luto”, ressalta a profissional.

Thamirys cita os casos em que a fase da depressão se mantém, por exemplo, já passou muito tempo e a pessoa não sai do estado depressivo. Quando isso acontece já deve servir como sinal de alerta para que a rede de apoio incentive essa pessoa a buscar ajuda profissional, pois o processo do luto natural pode evoluir para um luto complicado ou até mesmo para um quadro depressivo crônico.

“É importante que a rede de apoio esteja sempre em alerta. Ao observar a recorrência de verbalizações e ideações suicidas, intenso isolamento e possíveis comportamentos relacionados à automutilação, como cortes e autoagressões é recomendada a busca imediata de ajuda profissional”, conclui a psicóloga.

Da Redação

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