Mais de 90% das mortes por afogamento ocorrem por ignorar os riscos

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O verão é tempo de férias, viagens e muita diversão. É o período em que as famílias se reúnem para confraternizar, conhecer um lugar diferente ou simplesmente relaxar. As altas temperaturas são um convite para desfrutar desses momentos em uma piscina, na beira de um lago ou nos rios e cachoeiras. Apesar da diversão, é preciso muita atenção ao frequentar esses espaços. Um descuido poderá provocar afogamentos e acidentes fatais, principalmente entre as crianças.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 15 brasileiros morrem, diariamente, afogados. Aproximadamente 70% dos óbitos ocorrem em rios e represas. O afogamento é a segunda causa de morte de crianças de um a quatro anos de idade. Entre os adultos, 46% dos óbitos ocorrem até os 29 anos de idade.

O 2º tenente do Corpo de Bombeiros de Toledo, Eduardo Ortiz Novinski, comenta que o uso de bebida alcoólica, bem como qualquer outra substância que comprometa os reflexos e a percepção dos riscos, é considerado um fator que pode contribuir com o afogamento. “Além disso, literaturas especializadas apontam que o maior fator de risco para a morte por afogamento é a falta ou o descuido na supervisão de crianças por um adulto”.

A Sobrasa aponta que mais de 90% das mortes ocorrem por, ignorar os riscos, não respeitar limites pessoais, e/ou desconhecer como agir em uma situação de alerta. Levantamento da entidade ainda aponta que 45% dos afogamentos ocorrem no verão quando as famílias aproveitam os dias quentes e o período de férias para passear e se refrescar. “É preciso ter cuidado. Afogamento não é acidente e não acontece por acaso. Logo, a prevenção é a melhor forma de se evitar o afogamento”, salienta.

ORIENTAÇÕES – O tenente Novinski destaca algumas orientações de segurança no ambiente aquático que podem evitar afogamentos, como cuidar com os horários de banho; a hora do almoço deve ser evitada. Instalar grades ao redor da piscina também dificulta o acesso de crianças sem a supervisão de um adulto. Pais devem cuidar com o uso de boias de braço, pois elas não reduzem o risco de afogamento; também devem evitar brinquedos próximos à piscina, eles funcionam como verdadeiros atrativos.

O bombeiro reforça que o filtro da piscina deve ser desligado quando não estiver usando-a; as pessoas devem cuidar ao mergulhar em locais rasos; não praticar hiperventilação para aumentar o fôlego sem supervisão; caso deixe a piscina, deve levar as crianças que estiverem usando-a consigo. “Mais de 40% dos proprietários de piscinas não sabem realizar primeiros socorros”.

Ao se deparar com uma situação de afogamentos, ele esclarece que a principal orientação de segurança é acionar de imediato o Corpo de Bombeiros, por meio do telefone 193. “O atendente do Corpo de Bombeiros irá instruir a pessoa de como proceder, pois cada situação é específica”.

Além disso, é comum em casos de afogamento pessoas que visualizam a ocorrência ao tentar ajudar, acabam se afogando também. Neste caso, o tenente Novinski enfatiza que, além de chamar o serviço de socorro é possível a pessoa que visualizou o afogamento oferecer algum objeto que flutue, como uma bola ou até uma garrafa PET vazia. Com isso, estará ajudando a vítima a se manter sobre a água. “Também, é possível alcançar uma corda ou outro meio pelo qual a pessoa consiga ficar com as vias aéreas fora da água. Dessa forma, seguindo estas orientações, estará ajudando sem se expor a riscos”, conclui.

Da Redação

TOLEDO