ABPA projeta recordes de produção e consumo em 2021 e 2022

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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta novos recordes de produção, exportações e consumo para a avicultura e a suinocultura do Brasil para 2021 e 2022. Os números foram divulgados em coletiva de imprensa on-line realizada ontem (16).

O presidente da ABPA, Ricardo Santin, afirma que apesar de 2021 ter sido um ano difícil também foi um momento de superação. “O setor apresentou resiliência e, hoje, os dados estão positivos. Superação é o termo que engloba tudo, porque houve a busca de solução para cada problema”.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Toledo, Diego Bonaldo, destaca que para o Município essa informação é importante. “Podemos imaginar que teremos produtores ampliando a produção para abate nas empresas de Toledo e região e aumento de matrizes para essa ampliação”. Bonaldo ainda menciona a ampliação de abate da BRF e outras empresas da região.

De acordo com o secretário, os patamares em produção, consumo per capita ou exportações para a economia de Toledo são excelentes. “Isso significa mais recurso financeiro no campo, mais vagas de empregos disponíveis, mais consumo nas empresas. O encadeamento produtivo do agronegócio é muito grande, muitas empresas e pessoas se beneficiam do aumento de produção dessas cadeias”, enfatiza Bonaldo.

DESAFIOS – Durante este ano, as cadeias superaram desafios, mas possuem perspectivas. Entre os obstáculos de 2021, Santin destaca a disponibilidade de insumos para a produção de ração. Para ele, foi uma crise ‘pesada’ nos últimos dois anos e para que não tenha especulação é importante projetar um padrão. “Nós teremos um estoque de passagem de cerca de dez milhões de toneladas”.

Santin explica que algumas áreas produtoras de grãos devem ser afetadas devido à falta de chuva e mesmo assim a produção de milho poderá ser recorde no Brasil. Outro fator destacado por Santin é a produção de cereais de inverno, a qual cresceu 25,3% no País. Em 2020, tinham 6.234,6 milhões de toneladas e ampliou para 7.810,8 milhões toneladas neste ano.

Além disso, a projeção de safra dos EUA terá o aumento de 6,7% (2021/22), o que também dá certa tranquilidade ao Brasil. Contudo, o desafio do custo está que os insumos (milho e soja) compõem 70% da composição da ração. De janeiro de 2019 até dezembro de 2021, em média, o preço do milho aumentou em 124% e a soja em 127%. “Os custos estão atrelados a alto do dólar”, menciona Santin.

Também está atrelado a alta do dólar, conforme o presidente da ABPA, o custo de mercado de embalagens e do diesel. “Essa é uma realidade nova que precisamos conviver em 2022”, afirma Santin ao complementar que apesar dos custos estarem em um patamar alto, existe uma sustentação do consumo que ocorreu devido ao pagamento dos auxílios emergenciais e a chegada do Auxílio Brasil (R$ 400). “O aumento de consumo de todos os itens carne suína, frango e ovos está atribuído, principalmente, a retomada da economia. O aumento do salário mínimo e o pagamento do auxílio emergencial também colaboraram no processo”.

O presidente da ABPA comenta que muito se fala que houve queda no poder de consumo do cidadão, porém existe o aumento de 5% no consumo da carne suína e do frango. “O Produto Interno Bruto (PIB) não cresce, no entanto, os trabalhadores movimentam a economia, mesmo que informal, eles giram a economia, porque consomem”.

COMPORTAMENTO DOS CONCORRENTES – De maneira geral, o Brasil possui boas projeções de crescimento no próximo ano. Entretanto, o País deve avaliar o comportamento de seus concorrentes. Santin cita como exemplo os EUA, o qual deve crescer mais de 2%, porém ele começa a ter uma linha de estabilidade e deve perder força no primeiro semestre de 2022. “O mercado interno está crescendo e, com isso, diminui a competitividade no mercado externo”.

Outro fator que deve interferir é que naqueles países a Influenza Aviária começa no inverno e pode dificultar a produção e a exportação da carne. “Assim, o Brasil deve ter mais oportunidade frente aos seus mercados concorrentes”, declara Santin ao citar que a Rússia passa de concorrente do Brasil para cliente na carne suína. “A exportação caiu a partir de abril e maio do ano passado por conta da Peste Africana e pelo aumento do consumo interno. A Rússia abriu uma cota para a exportação e o Brasil terá mais chance de exportar 100 milhões de toneladas, que poderá ser maior dependendo do consumo da Rússia”.

Já a China tem reafirmado a confiança no Brasil. “O preço da carne suína diminuiu a partir de julho deste ano e muitos empresários abateram suas matrizes. O Governo Chinês também deve ampliar o consumo per capita de carne suína e a Política Nacional da China (NDRC e Mara) determinou que em cinco a dez anos, a autossuficiência em carne suína da China deve ser de 95%”. No geral, os setores de aves, suínos e ovos devem consolidar os consumos, principalmente, a partir o segundo semestre de 2022.

Da Redação

TOLEDO