Pesquisa da Unioeste de Toledo estuda a sustentabilidade das agroindústrias familiares

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A tese “Agroindústria Familiar, Desenvolvimento Rural e Sustentabilidade”, de autoria de João José Passini – do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo – e orientada por Jefferson Andronio Ramundo Staduto estuda a sustentabilidade que o investimento na agroindústria em pequenas propriedades confere ao sistema produtivo.

No estudo foi utilizado o método chamado de ‘propensity score matching’, usado para avaliar políticas públicas. “Eu pego um agricultor, que teve acesso a um tipo de financiamento e avalio dois grupos, da mesma categoria de agricultura familiar – o que obteve o crédito e o que não obteve – e avalio como essa política pública (que é o crédito) impacta positivamente esses agricultores”, explica Passini.

MODOS DE VIDA – Staduto explica que Passini utilizou no trabalho um conceito que é conhecido como modos de vida, e aplicou-o a partir de uma amostra empírica com o uso de uma metodologia quantificável. “Você tem um conceito lógico, abstrato e transforma isso em uma coisa probabilística. Então, nessa mostra, na nossa região [Oeste do Paraná], os produtores familiares que usam a agroindústria rural têm um patamar de sustentabilidade mais alto que os que não têm agroindústria rural”, argumenta o professor.

Para verificar a sustentabilidade da agroindústria familiar, Passini uniu dois enfoques metodológicos: os meios de vida (desenvolvida nos anos de 1990 para estudar agricultores pobres) e o propensity score matching. “É importante deixar claro o que são os meios de vida, que não é o modo de vida, não é o estilo de vida, é o que eu lanço mão para poder viver. Quando eu falo em agricultor, meio de vida normalmente é a agricultura, a produção de alimentos. Mas a gente observa que nos pequenos agricultores, que têm pouca área, sentem necessidade de buscar outros meios de vida. Isso pode ser você usar atividades não-agrícolas, que seriam atividades focadas no turismo rural, ou mesmo buscar serviços fora da propriedade”, esclarece Passini.

TOLEDO