Bolsonaro questiona segurança nas eleições e diz que Datafolha ‘recebe grana’

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O presidente Jair Bolsonaro insinuou, sem apresentar provas, que o instituto Datafolha, responsável por pesquisas cujos resultados indicam desgaste do governo federal perante a opinião pública e o crescimento das intenções de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria recebido valores para adulterar números.

“Datafolha recebeu pouca grana dessa vez. Disse que no segundo turno o Lula tem só 60%, então tem que colocar mais um dinheirinho no Datafolha para passar para 70%, 80%. Quem sabe, se a gente confiar no Datafolha, nem vai votar. Já está eleito mesmo”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

Bolsonaro também voltou a questionar a segurança das eleições e afirmou: “vamos fazer de tudo para que nós tenhamos eleições limpas e transparentes, para o bem do Brasil, porque se não for assim, é sinal de que já está escolhido quem vai nos comandar, e as pessoas que chegam na fraude não têm compromisso com vocês”

O presidente destacou o desempenho do Pronampe, programa de socorro às pequenas empresas, que, segundo ele, “ajudou a salvar 11 milhões de empregos” durante a pandemia do novo coronavírus. Em seguida, renovou ataques a governadores pelo fechamento de estabelecimentos comerciais.

Também ressaltou o resultado da geração de empregos na primeira metade de 2021 e enfatizou o papel do setor privado na retomada dos postos de trabalho formais. “Nesse primeiro semestre foram mais de 1 milhão de empregos que vocês criaram. Não foi o governo. O governo não cria emprego, o governo cria condições”, afirmou.

Bolsonaro disse que a vacina contra o coronavírus foi aplicada a mais da metade da população adulta e afirmou, em contradição às evidências científicas, que jovens menores de 18 anos estão imunes à doença. “Esses, quis a genética que resistissem sem sentir absolutamente nada”. Embora haja estudos que indiquem risco baixo de infecção grave em crianças, há registros de casos e até de mortes pela covid-19 no grupo.

Estudo da University College London e das Universidades de York, Bristol e Liverpool estima 25 crianças mortas pela doença na Inglaterra, onde vivem cerca de 12 milhões de pessoas.