Movimentos sociais e centrais sindicais convocam novo protesto para 19 de junho

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Os movimentos sociais e centrais sindicais que organizaram os protestos realizados em todo o País, no último sábado, 29, marcaram uma nova manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro para o dia 19 de junho. O ato deve novamente pedir o impeachment do presidente, o retorno do auxílio emergencial enquanto durar a pandemia e a vacinação em massa contra o coronavírus. Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas em mais de 200 cidades do Brasil e do interior. Mesmo usando máscaras e buscando seguir recomendações de distanciamento social, houve aglomeração entre os manifestantes.

“O objetivo de convocar essa nova mobilização é criar um ambiente para o impeachment do Bolsonaro”, disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto Guilherme Boulos (PSOL), ex-candidato a prefeito de São Paulo e liderança da esquerda. “As manifestações do último sábado (29) já mudaram o clima político e novas manifestações expressam a definição dos movimentos sociais de não esperar até 2022 passivamente com o País no caos e na tragédia.”

A definição pela data para daqui a três semanas se deu para permitir aos organizadores angariar mais participantes nos protestos. Boulos disse contar com uma “participação expressiva” da população, a exemplo do que ocorreu na semana passada. A organização inclui centrais sindicais, partidos como o PSOL e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Ao comentar a eventual aglomeração de pessoas nas ruas diante de uma possível terceira onda de covid-19, que já começa a tomar forma no País, segundo alguns especialistas, Boulos afirmou que “com os protocolos que nós adotamos, foi possível fazer as manifestações”. “A gente espera que seja nesse cenário para o dia 19”.

Os protestos de domingo, 30, ocorreram de forma pacífica, a exceção de Recife (PE), onde a repressão praticada pela Polícia Militar resultou em duas pessoas com ferimentos graves nos olhos. Nesta terça-feira, 1º, o governador do Estado, Paulo Câmara (PT), exonerou o comandante da PM pernambucana, depois de ter afastado, antes, o comandante da tropa que atacou os manifestantes com bombas e balas de borracha.