O nosso folclore

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Neste domingo (22) se comemora o Dia do Folclore Nacional e o JORNAL DO OESTE traz uma reportagem especial sobre o assunto, com algumas lendas e fatos da nossa história de faz de conta e que tanto povoa o imaginário coletivo de gerações. Histórias, contos, ‘causos’, lendas, crendices, entre outras manifestações populares tão ricas quanto o de qualquer outro país do mundo. Mas por que o folclore brasileiro vem sendo tão desprezado nos últimos anos? São festas e mais festas estrangeiras dominando o cenário, com destaque para o Halloween. É a globalização atingindo também a cultura popular.

Não se enxergam crianças vestidas de Saci Pererê, cuca, Tarobá ou Naipi para pegarmos exemplos próximos a quem é do oeste e se encanta com o mito sobre o surgimento das Cataratas do Iguaçu.

O folclore traz, nas lendas, contos, ditados, danças, pratos típicos ou quaisquer outras formas de expressão como um povo interpreta e vive seu mundo. Neste sentido o brasileiro nos últimos tempos tem preferido interpretar de uma maneira não muito saudável, com direito a funks horripilantes danças escabrosas e festas sem qualquer conexão com as tradições nacionais.

Lendas tão ricas e tradicionais como a do Saci, Boitatá, Mula Sem Cabeça, O Boto, O Negrinho do Pastoreio, da Vitória-Régia, da Loira do Cemitério ou do Curupira, por exemplo, sucumbiram aos modismos, aos estrangeirismos exagerados que nada agregam à cultura nacional. Não se trata de renegar tudo que vem de fora, entretanto, quando o assunto é folclore, o brasileiro é um belíssimo exemplo de tamanha riqueza.

A cultura é a alma de um povo, é a essência que difere uma nação de outra. As histórias passadas de geração para geração são o maior legado que uma sociedade pode deixar ao futuro, por isso, não podemos abrir mão de tamanha riqueza. Não se pode deixar que desapareça a marca brasileira, genuína, a identidade que distingue o brasileiro de outros povos mundo afora onde valores universais são melhor preservados que aqui, onde símbolos e histórias nacionais estão sendo deixados de lado sem a menor cerimônia em troca de bruxas e magos.