Residência Multiprofissional em Saúde da Família faz atendimento à população de Foz do Iguaçu

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O Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família inicia, em 2021, seu sexto ano de atuação, diante do desafio de contribuir com a saúde da população de Foz do Iguaçu, dentro do contexto de mais um ano de pandemia. Atualmente, são 24 residentes atuando no município, nas áreas de Enfermagem, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Saúde Coletiva e Odontologia.

O Programa é um curso de pós-graduação da Unila, na modalidade lato sensu, com duração de dois anos. Durante a pandemia, os residentes têm atuado em serviços assistenciais, no Plantão Coronavírus, nas barreiras sanitárias e, ainda, na vigilância epidemiológica, com monitoramento ativo de pacientes infectados com a covid-19.

Os residentes, vale lembrar, não são estudantes de graduação nem estagiários, e sim profissionais formados que estão em treinamento em serviço, no contexto da Saúde da Família. Eles estão presentes no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), nas unidades básicas de saúde e também no setor de gestão da saúde pública municipal.

“A ideia da Residência é incentivar práticas colaborativas e interprofissionais, para que os residentes atuem de forma conjunta e integrada. Com o olhar interprofissional, você consegue resolver problemas de saúde de forma mais eficiente e resolutiva”, explica o coordenador da Residência, Walfrido Kühl Svoboda, professor do curso de Saúde Coletiva da Unila.

Nessa proposta de atuação, ainda segundo o docente, quem sai ganhando é o usuário e também o município de Foz do Iguaçu. “O usuário percebe a diferença, há uma melhora e uma qualificação no serviço oferecido à população e também nos processos de trabalho. Já os residentes saem com outra visão, e muitos passam a atuar no sistema público de saúde. Com isso, o SUS também sai ganhando ao incorporar profissionais mais capacitados para trabalhar naquela realidade específica que demanda o Sistema, que é a Saúde da Família”, avalia Svoboda. O sanitarista e residente Roberth Steven também ressalta os benefícios do Programa, ao preparar profissionais para ajudar a suprir as demandas do setor de saúde.

“Outro benefício é a questão do conhecimento que os residentes trazem. Muitos colegas vêm de outros estados, a maioria já tem experiência no sistema de saúde”, relata Steven. Ele acredita que esses múltiplos olhares sobre o funcionamento de outras realidades contribuem para melhorar as práticas de atuação na saúde pública de Foz do Iguaçu.

“Na Residência, existem muitos espaços de troca de conhecimento e de realidades diferentes”, complementa. As trocas acontecem também com os preceptores – profissionais de saúde do município que integram o Programa e atuam na supervisão dos residentes.

Para o fisioterapeuta da Secretaria Municipal de Saúde, Gilberto Garcia da Rocha, que atua como preceptor do Programa desde 2016, a parceria em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família na Rede de Atenção Primária é uma oportunidade de qualificar a assistência ao usuário. Isso acontece “ofertando assistência interdisciplinar, ampliando o acesso dos usuários e dos profissionais das equipes e permitindo trocas entre áreas, que vão melhorar a assistência e desenvolver novas possibilidades de serviços, refletindo na melhoria dos indicadores em saúde”, avalia Rocha.

TEORIA E PRÁTICA – A Residência possui uma carga horária semanal de 60 horas, e o curso é 20% teórico e 80% prático. O Programa é uma oportunidade, portanto, para colocar em prática toda uma bagagem teórica aprendida durante a formação, como relata o sanitarista Roberth Steven, formado em Saúde Coletiva pela Unila. O profissional graduou-se em 2019 e, no ano seguinte, já iniciou sua Residência, em plena pandemia.

Ele conta que, na graduação, realizou estudos em três eixos fundamentais de formação: gestão e planejamento em saúde; epidemiologia; e comunicação e educação em saúde. “Na Unila, a área de epidemiologia é muito forte, e eu não esperava que esses conhecimentos adquiridos ao longo da graduação fizessem um sentido tão grande neste contexto de crise pelo qual estamos passando”, diz.

O residente conta que, durante esse processo, tem atuado no acompanhamento, por telefone, de pacientes infectados pela covid-19, passando orientações baseadas em protocolos e também trazendo esclarecimentos à população. “Trata-se de fazer com que o usuário entenda que, embora a gente esteja em um momento de pandemia, o sistema de saúde está ali com ele”, aponta.

Ele também relata a sua participação na vacinação da Covid-19 para idosos, com estabelecimento de vínculo com os usuários, visitas domiciliares com profissionais de enfermagem, orientação sobre as medidas de prevenção contra o coronavírus e esclarecimento acerca dos benefícios da vacinação.

FOZ DO IGUAÇU