Covid-19: o que aprendemos em um ano do primeiro caso confirmado em Toledo?

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Há um ano, ainda no início da pandemia da Covid-19, a Secretaria da Saúde confirmava o primeiro caso positivo da doença em Toledo. O resultado foi emitido pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen) e o paciente foi um homem de 55 anos.

Naquela época, o Município já contabilizava 48 casos notificados. Além do caso positivo haviam 44 descartados, três em processo de investigação e dois recuperados. Todos os esforços foram feitos para conter o avanço do novo coronavírus e orientar a população sobre os protocolos de prevenção do vírus.

Após um ano, o município de Toledo contabiliza 18.353 casos da doença, 17.571 pacientes recuperados, 246 notificações em análise e 224 óbitos, de acordo com Boletim Epidemiológico divulgado na última terça-feira (6). A doença desconhecida mudou o mundo, a rotina das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), os protocolos sanitários e a forma de enxergar a vida.

De acordo com o médico e diretor-geral da Secretaria de Saúde Fernando Pedrotti, após transcorrer um ano de pandemia, as autoridades assim como a sociedade possuem mais experiência para lidar com a doença propriamente dita. “O que era uma situação desconhecida, como o comportamento da doença, de que forma o vírus se manifestaria, de que forma os pacientes se apresentariam; hoje, existem mais conhecimentos”.

Ele comenta que os trabalhadores em Saúde têm mais condições em oferecer o manejo com o paciente. “Nós precisamos lembrar que foram estabelecidos os protocolos e com o passar do tempo avançou, seja no sentido de que temos mais expertise para dar mais resposta para a população e, avançou no sentido de se aprender que determinadas ações funcionam muito e outras não”, pondera o médico.

Um ano desde o primeiro caso de Covid-19 no município. Um ano de uma batalha travada contra um vírus invisível e perigoso. Neste período, o que de fato funcionou para lidar com uma doença que é causada por um vírus de transmissão respiratória? Pedrotti enfatiza que são as medidas clássicas.

“Evitar aglomeração, manter o distanciamento social e o ambiente bem ventilado, o uso de máscara de maneira adequada, a lavagem das mãos várias vezes ao dia ou uso do álcool em gel e evitar encostar em locais que as pessoas tocam, como maçanetas”.

ATENDIMENTO – Após 12 meses, a rede de Saúde de Toledo foi organizada de tal maneira em que as autoridades conseguem avaliar, realizar a coleta dos exames, recomendar o isolamento, realizar o tratamento sintomático de maneira adequada e orientar os cuidados domiciliares. “Um ano após o primeiro caso, o setor em Saúde conseguiu avançar e aprendemos que as medidas de prevenção são clássicas e elas realmente funcionam”, afirma o profissional.

O segundo grande aprendizado, de acordo com o Pedrotti, é referente a necessidade das pessoas se adaptarem diante do novo e realizar um adequado enfrentamento diante da pandemia. “O aprendizado também reflete na importância da empatia, de valorizar a queixa do outro, a importância de compreender como toda doença tem múltiplas dimensões como psicológica, familiar e social”.

AVALIAÇÃO – O médico e diretor-geral da Secretaria de Saúde Fernando Pedrotti pontua que, mesmo em um cenário pandêmico, muitas pessoas mantiveram suas rotinas e não abriram mão de determinados hábitos em detrimento da prevenção. “Mesmo lamentando, nós respeitamos, porque reconhecemos que não é uma situação fácil. Até mesmo para os profissionais que possuem o conhecimento da questão técnica a pandemia é complexa; entendo que para um leigo e diante da situação que tem sido politizada e banalizada em alguns aspectos, penso que isso tem sido ruim”, esclarece.

Em um ano de pandemia, o médico avalia que a maioria da população compreendeu o cenário, os cuidados e a gravidade da doença. Porém, existe aquela parcela que ainda dúvida e ele lembra que não é diferente na história de qualquer pandemia em termos de humanidade. “Os seres humanos possuem uma tendência em buscar explicações ou maneiras diferentes em enfrentar o desconhecido ou que nos causa grande comoção. Ao pesquisar a história de outras pandemias ao redor do mundo, de certo modo, não foi muito diferente do que acontece nesta pandemia”.

CONSCIENTIZAÇÃO – Neste um ano, Pedrotti destaca que o Poder Público esperava que a sociedade respondesse mais adequadamente as orientações relacionadas a prevenção do novo coronavírus. “Esperávamos que as pessoas compreendessem de uma forma mais tranquila que a prevenção faz toda a diferença, pois toda e qualquer doença de transmissão respiratória depende do comportamento das pessoas”, cita.

No atual cenário da pandemia no Município, o médico salienta que as autoridades lamentam as vidas perdidas. Ele pondera que o Poder Público compreende que o elevado número de casos se reflete a partir do alto número de exames realizados para a detecção da doença.

“Fazer o diagnóstico é algo importante e fundamental, mas é doloroso observar o óbito por conta de uma doença evitável. Esse preço é alto para as famílias. São escolhas que nós temos realizados ou deixados de fazer e, em alguns momentos, pagamos os preços”, menciona o diretor-geral da Secretaria.

A pandemia da Covid-19 neste primeiro ano também trouxe muitos aprendizados. O médico Pedrotti indica que o ser humano ainda precisa evoluir muito no sentido de ter um olhar mais coletivo e menos individual. “Como disse o poeta: não somos um, somos muitos e fazemos uma grande diferença”, complementa ao enfatizar que nos últimos tempos há mais pessoas atentas ao cenário da pandemia.

“As autoridades desejam que essa atenção seja mantida e a sociedade compreenda que a doença é feita por ciclos e eles são a expressão da ausência ou da adoção de cuidados. É preciso que tenha a consciência para compreender que a prevenção ainda é o melhor caminho”, finaliza Pedrotti.

Da Redação

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