Terapia e reeducação alimentar: um caminho para sair da bulimia nervosa

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Um distúrbio alimentar grave é a bulimia nervosa. Ela consiste no consumo de uma elevada quantidade de alimento, isso em um curto período de tempo, seguida pelo desejo de coibir o ganho de peso pelos métodos de purgação – vômito forçado, uso exagerado de laxantes e diuréticos e períodos prolongados de exercício físico.

“Eu começava a comer e não conseguia parar. Tinha o sentimento, pois sabia que se perdesse o controle iria engordar e, na época, isso seria um caminho sem volta. Após comer muito, eu ficava trancada no banheiro, induzia o vômito e depois fazia um longo período de jejum”, relata a estudante, Carolina Roman.

Durante quase dois anos, a jovem conseguiu esconder o trama de seus familiares. Ela relata que durante as refeições com os familiares ela quase não comia, mas quando estava sozinha perdia o controle e, por vezes, escondia alimentos no quarto. A indução ao vômito ocorria sem que ninguém percebesse e com o passar do tempo a doença agravou.

“O comer era algo descontrolado. Eu comia até sentir dor no meu estômago, pois tinha passado do limite. Com a dor eu induzia o vômito. Isso passava e lá estava eu pronta para comer tudo novamente. Isso teria minhas forças, como se eu estivesse sempre focada nesse ‘ritual’. Não engordava, mas também não vivia. Não saboreava o alimento, não tinha uma refeição nutritiva adequada por dia, não me dava conta do mal que estava fazendo para meu organismo”, cita ao recordar que induzia o vômito ao menos cinco vezes ao dia.

INÍCIO DAS MUDANÇAS – O distúrbio alimentar começou quando Ana tinha 15 anos. Em uma família com histórico de obesidade, ela tinha medo de enfrentar isso na adolescência. A família notou que ela enfrentava episódios de bulimia nervosa durante uma viagem de férias, quando ela não consegui mais esconder o que estava passando.

“Minha mãe presenciou a indução do vômito mais de uma vez no mesmo dia. Ela ligou o sinal de alerta e passou a monitorar tudo que eu comia e fazia na sequência. Foi minha salvação. Quando retornamos da viagem o primeiro passo foi procurar profissional de uma psicóloga e uma nutricionista. Confesso que no início eu era bem resistente a terapia, mas com o passar do tempo notei a importância de aceitar ajuda e me ajudar”, declara.

UMA NOVA VIDA – Ana conta que foi preciso resolver questões emocionais para que as mudanças acontecessem. “O problema não era o alimento, nem meu corpo, mas canalizei tudo nisso. A terapia foi fundamental para me ver livre desse distúrbio. Também tive que interromper o ciclo de purga e fazer reeducação alimentar. Foi um passo de cada vez, mas hoje tenho o peso ideal, estou feliz com meu corpo, resolvi pendências emocionais e continuo na terapia”, comemora os dois anos de vitória.

Da Redação

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