13ª Mostra Cultural do Premen tem como tema África: mãe de todos nós

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O Colégio Estadual Presidente Castelo Branco (Premen) encerra, nesta sexta-feira (26), a programação da 13ª Mostra Cultural. Neste ano, o tema elencado é: África: mãe de todos nós; um trabalho alusivo à Semana da Consciência Negra. As apresentações no Anfiteatro encerraram ontem (25).

Os estudantes e os professores estão envolvidos nesta atividade desde a semana passada, quando iniciaram as apresentações. A abertura aconteceu no dia 19 de novembro e com a presença de autoridades.

A professora de Arte, Mariana de Holanda, revela que as atividades foram desenvolvidas durante um trimestre com os estudantes dos turnos matutino, vespertino e noturno. Uma equipe multidisciplinar do Colégio realizaram as ações. “As disciplinas se integraram e com a base principal a de Arte”.

Na disciplina de Arte, a professora contemplou as quatro linguagens. Ela cita que na Arte Visual, os alunos estudaram a artista contemporânea, a cubana Harmonia Gonzalez. “Essa artista utiliza obras consagradas da Arte e, por exemplo, substitui uma mulher branca por uma mulher negra. Ela quebra todos os estereótipos neste processo. Diante desde referencial teórico, os trabalhos foram disseminados para outras linguagens”, menciona.

Os estudantes dançaram e encenaram no palco – Foto: Graciela Souza

GRATIDÃO – Conforme a professora Mariana, é gratificante observar os alunos no palco e eles apresentam suas produções aos demais colegas. “Os estudantes abordaram várias questões importantes na sociedade, como bullying, racismo e intolerância. Eles foram os responsáveis pela organização do cerimonial e apresentação de cada grupo durante todos os dias”, recorda.

Além disso, a professora de Arte salienta que a temática da Mostra convida a comunidade para uma reflexão. “A arte é uma luz que transborda. Nós precisamos falar da África não só na Semana da Consciência Negra, e sim, em outras dias”.

Mariana salienta que a sociedade destaca, muitas vezes, o preconceito como algo velado, mas ele não está velado. “Ele acontece escancaradamente. Falamos de adolescentes que convivem no meio do preconceito. Nós tivemos uma oficina na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, sobre mulheres negras na Filosofia e a experiência foi excelente. Uma sociedade que vive o preconceito precisa assumir. O que fazer com isso? Cada cidadão precisa assumir o seu papel e, a partir disso, analisar qual será a mudança?”.

ESTUDOS – Durante as pesquisas, a professora de Arte explica que “os estudantes observaram que as pessoas negras não ‘aparecem’ na Arte em outros momentos da história; as mulheres negras também não são lembradas; o salário de uma mulher negra é inferior aos demais colegas, enfim são dados reais. A mulher negra carrega um ‘fardo pesado’ até os dias de hoje”, pondera Mariana.

Ela enfatiza que a Arte é capaz de salvar as pessoas. “Nesta semana, recebi relatos de estudantes que agradeceram a oportunidade de subirem ao palco. Eles falaram – por meio da Arte – seus sentimentos, apresentaram suas ideias”.

De acordo com Mariana, a Arte Contemporânea não é semelhante um edredom quentinho que ‘abraça’; a Arte cutuca, espeta, chacoalha ou tira do conforto. “Se dentro de casa, eles estão acostumados com esse tipo de preconceito. Nestas reflexões que aconteceram aqui isso está sendo transformado. O trabalho está sendo feito e estou muito feliz com o resultado”, finaliza a professora de Arte.

Da Redação

TOLEDO