40ª edição da Semana Literária do Sesc será online

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Em 40 edições, a Semana Literária se propôs a discutir a relação da literatura com o jornalismo, a tecnologia, o cotidiano, a sociedade, a refletir sobre onde o leitor se encontra, a leitura como resistência, a poesia e a cidade, e como se reinventar constantemente. A 40ª edição da Semana Literária do Sesc acontece entre os dias 28 de setembro a 1º de outubro. Neste ano, ela será toda online.

Em 2021, na edição comemorativa do evento, o Sesc PR traz como discussão o que os autores já contaram em seus livros e nos encontros literários: “Literatura: porque outro mundo é possível”. Nessa edição, o público poderá participar da programação que contará com diversas ações, como debates, mesas-redondas, reflexões literárias e a importância da literatura para se manter saúde mental saudável, especialmente em tempos de enfrentamento coletivo à pandemia.

“Para participar basta acessar o site https://www.sescpr.com.br/semanaliteraria/ e fazer a inscrição na atividade que deseja participar”, explica a técnica em Atividades Culturais do Sesc de Toledo, Bruna Strelin. “Na Unidade de Toledo será feita uma exposição alusiva a Semana Literária, mas tudo será online. Se tudo der certo somente ano que vem será presencial”, pontua.

AUTORES PARTICIPANTES – Mulher negra, pobre, que morava na favela. Foi pela literatura que Conceição Evaristo – mestra em Literatura Brasileira e doutora em Literatura Comparada –, contrariando todos os prognósticos, tem afirmado a sua nacionalidade hifenizada afro-brasileira. Pela literatura, Letícia Wiezchowski criou uma ponte para Terebin, resgatando a história do avô polonês Jan e a saga dos imigrantes poloneses em terras brasileiras, ao enfrentarem suas viagens sem volta à terra natal e a bagagem repleta de esperança e medo.

A literatura criou para o escritor Miguel Sanches Neto, filho de pai biológico analfabeto, mãe e padrasto com apenas os primeiros anos escolares, uma outra oportunidade para que pudesse transcender, superar o aprisionamento à história e a biografias dramáticas da família dele e pudesse construir um outro mundo, um mundo da leitura, da cultura, um mundo em que a imaginação tem um espaço muito importante.

Na literatura, o escritor, jornalista e um dos mais destacados líderes indígenas no Brasil, Ailton Krenak, deu voz à sua luta. “A literatura, assim como outras artes, tem a força de sobreviver ao autoritarismo e abuso dos tiranos. Agora escritores indígenas tomam a literatura como uma nova arma de luta na afirmação de seus modos de vida e cultura. Assim é a força da literatura indígena e toda arte tem a capacidade de fortalecer a presença dos povos no mundo. Não é diferente para os povos indígenas”.

Os quatro escritores citados já foram convidados e puderam compartilhar suas histórias e conversar sobre seus trabalhos em uma ou algumas das 40 edições da Semana Literária Sesc PR e Feira do Livro. Nessas quatro décadas, o evento cresceu de uma festa de livros realizada em apenas cinco cidades paranaenses para um dos maiores eventos literários que ocorre de maneira simultânea em Curitiba e em outras 23 cidades do estado.

TRAGETÓRIA DE HOMENAGENS – O evento já homenageou algumas personalidades ao longo dos anos, como Euclides da Cunha, Antonio Candido, Dalton Trevisan, Rubens Fonseca e Manoel de Barros e, em 2014, escolheu o escritor paranaense Domingos Pellegrini como patrono do evento.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações do Sesc