Com tempo frio aumentam casos de sintomas respiratórios

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A mudança no clima, comportamento típico desta época do ano, provoca um aumento de casos de sintomas respiratórios. Com as noites mais frias, aumenta também os desconfortos como vias aéreas congestionadas ou coriza, espirro, tosse, crise alérgica ou de sinusite. No serviço de saúde do município, o atendimento de pacientes com sintomas respiratórios cresceu nesses últimos dias.

A secretária da Saúde Gabriela Almeida Kucharski comenta que os casos apresentados não são somente de Covid-19, mas de outros vírus respiratórios que voltaram a circular. Ela explica que os vírus respiratórios são sazonais, como o vírus sincicial respiratório (VSR) e o adenovírus. “O próprio VSR nós sabemos que ele começa a circular no final de fevereiro e início de março e vai até o final de agosto. Então todos os anos sabemos que ele vai circular e ser a causa de infecção de vias aéreas superiores na crianças, e casos de bronquiolite nas crianças maiores, que é o chiado no peito”.

A secretária salienta que dentro deste cenário, o que aconteceu foi que nos dois últimos anos, pela restrição de contato social, o uso de equipamento de proteção pessoal e os cuidados que foram muito acentuados na população, reduziu-se muito a circulação dos vírus. “O vírus precisa estar sendo transmitido de uma pessoa para a outra para ele circular e, tudo isso (as medidas adotadas na pandemia) ocasionou a redução da circulação. Mas agora estamos vendo um retorno desses vírus respiratórios”, complementa.

O clima frio, por si só também acentua os problemas respiratórios. E não é pelas baixas temperaturas. Gabriela explica que o frio desencadeia algumas questões alérgicas da estação. “Muitas crianças acabam tendo crise de asma e de rinite pela queda nas temperaturas e isso se confunde com as infecções respiratórias. As próprias infecções respiratórias descompensam doenças alérgicas das crianças e com o frio as pessoas acabam mantendo os ambientes menos ventilados, ficam mais aglomeradas e isso facilita o contágio pelos vírus”, salienta.

MONITORAMENTO – Gabriela lembra que os cuidados durante a pandemia como a higienização das mãos com álcool em gel e o uso de máscaras reduziu bastante a disseminação dos demais vírus na população. Nas últimas semanas, a secretária cita que a pasta tem monitorado os atendimentos através do registro de CID J11 que é o código para Influenza (gripe) devido a vírus não identificado, conforme a Classificação Internacional de Doenças. O monitoramento constatou que de abril para maio o município quase que dobrou o número de atendimento da média diária com esse registro.

“Esses atendimentos ainda não apresentam a maior parte dos atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e do Pronto Atendimento Municipal Dr Jorge Milton Nunes (Mini-hospital/PAM) porque temos a epidemia de dengue acontecendo e isso divide bastante o tipo de atendimentos realizados nos pacientes. Uma boa parte tem sido justamente por causa da dengue e outra parte em relação aos sintomas respiratórios, além de outras situações cardiológicas e de traumas”, explica.

A secretária da Saúde esclarece também que houve um aumento dos casos de Covid-19 nas últimas semanas epidemiológicas, em especial nas duas últimas semanas. “Com base nos dados do Notifica Covid-19, nós tivemos um aumento de 33% nos casos notificados como suspeitos de Covid-19 e 68% nos casos confirmados”.

CASOS – Em virtude da forma de disseminação dos vírus respiratórios, Gabriela conta que a equipe da rede de saúde do Município tem observado casos respiratórios tanto na faixa etária pediátrica quanto nos adultos. Contudo, pela questão da característica da pediatria, é notado que isso motiva mais atendimentos na rede de urgência para casos respiratórios nas criança do que nos adultos. “Justamente pela questão das escolas, de que as crianças quando estão com febre precisam ficar afastadas, necessitam de atestado, e a própria preocupação dos pais que acabam procurando mais consultas para os seus filhos do que propriamente para eles”.

Os principais sintomas apresentados estão relacionados com as vias aéreas superiores. Nas crianças o quadro clínico ainda apresenta febre e de uma forma geral coriza, congestão nasal e dor de garganta. O paciente que procura a rede de atendimento do município é avaliado por uma anamnese e exame físico. Gabriela salienta que alguns pacientes realmente têm sintomas que confundem Covid-19 e a dengue como dor no corpo e febre. Nessas situações é coletado o teste da Covid-19. “No caso de dengue, são enviados para o Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR) só casos específicos”.

ORIENTAÇÕES – Nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforçou a recomendação da utilização de máscaras em ambientes fechados e situações de risco, embora o uso não seja obrigatório, e alertou ainda para a importância da continuidade da vacinação, principalmente com o aumento no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), como Covid-19 e Influenza.

A secretária da Saúde de Toledo, Gabriela Almeida Kucharski, lembra que estamos no período sazonal e as medidas de higiene devem ser mantidas para evitar a proliferação de vírus.

“Reforçamos que a vacina da gripe está disponível em todos os postos de saúde para os grupos elegíveis. É importante manter a carteira de vacina das crianças em dia porque muitas bactérias acabam se aproveitando de uma infecção viral mais simples para complicar o quadro e ocasionar pneumonia. Nós também estamos observando um aumento de casos da Covid-19 e sabemos que a vacina é efetiva, principalmente nos desfechos dos casos, complicações e internações nos leitos de UTI e óbito. Por isso, é importante ter a consciência de manter a carteirinha de vacinação em dia”, conclui.

Da Redação

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