Custo da cesta básica volta a subir; índice em julho foi de 2,64%

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Depois de dois meses consecutivos de redução no custo da cesta básica, o índice volta a subir no mês de julho. De acordo com a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos de Toledo, a variação no período entre junho e julho registrou o aumento de 2,64%.

Outra informação importante apresentada no relatório é sobre o índice acumulado de variação nos últimos 12 meses que foi de 16,86%; e de janeiro a julho deste ano, a variação da cesta básica foi de 10%. A pesquisa é realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo.

Segundo a pesquisa, o custo da cesta básica individual passou de R$ 593,95 em junho para R$ 609,64 no mês de julho. E o custo da cesta básica familiar também apresentou um aumento de 2,64%, passando de R$ 1.781,86 em junho para R$ 1.828,92 no mês seguinte.

A professora doutora e coordenadora da pesquisa Crislaine Colla comenta que o aumento de 2,64% do custo da cesta básica de Toledo entre junho e julho teve como principais causas o aumento no preço do leite, carne e do pão francês. Ela cita que o aumento do preço do leite vem ocorrendo por diversos fatores, uma delas é a extensão do período de entressafra, devido ao clima seco e a ausência de chuvas.

“Soma-se a estes fatores o aumento nos custos de produção com alimentação do gado e medicamentos, que resultaram em elevação do preço do produto no campo. Além do mais, tem ocorrido uma disputa entre as indústrias de laticínios na compra da matéria-prima para a produção dos derivados lácteos”. Quanto ao pão e trigo, Crislaine pontua que apesar do preço internacional do trigo estar em queda, há baixa oferta no Brasil. Além disso, há o fato de que a taxa de câmbio desvalorizada eleva o preço do grão e dos seus derivados.

PRODUTOS – Os produtos que apresentaram aumento no preço médio no período analisado foram: o leite (27,08%); o pão francês (8,42%); o café (7,54%); a farinha de trigo (6,33%); a margarina (4,93%); a carne (4,18%); e o feijão (0,84%). Em contrapartida, os produtos que apresentaram redução no preço médio no período foram: o tomate (-18,54%); o óleo de soja (-7,11%); a batata (-3,59%); a banana (-1,65%); o arroz (-1,03%) e o açúcar (-0,25%).

Crislaine explica que em relação ao leite, os últimos 12 meses acumulam um aumento de 71,05% e somente no ano de 2022, de janeiro a julho, esse aumento acumulado foi de 97,48% no preço do leite, ou seja, o produto praticamente dobrou de preço neste ano. “Já é possível observar uma pequena redução nas últimas semanas, que pode refletir nos resultados de agosto, mas não há expectativa que o preço volte ao patamar do início do ano, pelo menos não no curtíssimo prazo”, esclarece.

Sobre o preço do trigo e do pão francês, ela cita que nos últimos 12 meses a farinha de trigo apresentou um aumento de 34,80% e em 2022 esse aumento já foi de 26,60%. “O aumento do preço do trigo envolve fatores macroeconômicos e externos, além dos relacionados à produção interna. Espera-se uma redução do seu preço com o início da colheita e da expectativa de uma boa safra, além da redução dos preços internacionais”, complementa.

DESPESAS – A Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos de Toledo também cita que o valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais referentes à habitação, ao vestuário, ao transporte, entre outras despesas, em julho deveria ser de R$ 5.121,58. E ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para o mês de julho, a pesquisa aponta que o valor nacional seria 24,74% maior que o de Toledo.

A professora doutora e coordenadora da pesquisa Crislaine Colla explica que este cálculo apresentado no relatório considera o preceito constitucional de que o salário-mínimo deve atender às necessidades básicas do trabalhador e de sua família. Para isso, considera-se a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo Dieese, que demonstra que a alimentação representa em torno de 35% das despesas das famílias de renda mais baixa.

“Como a cesta básica familiar corresponde a 35% do total do salário-mínimo necessário e apresenta um valor de R$ 1.828,92 em julho, deve-se somar a ela mais 65%, pois é preciso considerar outras despesas como habitação, vestuário, transportes, entre outras. Desta forma, chega-se ao valor total de R$ 5.121,58”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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