Dengue interfere nas doações de sangue

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Da Redação

TOLEDO

O crescente número de casos de dengue tem preocupado as autoridades em saúde. Dados do último boletim epidemiológico, divulgado na última sexta-feira (22), apontam que Toledo chega a 1.644 casos confirmados da doença no período epidemiológico – iniciado em 1º de agosto de 2023. Outros 1.015 pacientes aguardam resultados de exames.

O município contabiliza um total de 4.336 notificações, que corresponde ao total de pessoas que procuraram os serviços públicos e privados de saúde com sintomas típicos de dengue como febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, dor de cabeça, mal estar, falta de apetite e manchas vermelhas no corpo.

Outros sintomas mais graves inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Dependendo da gravidade do quadro do paciente, pode haver a necessidade de transfusão sanguínea, o que pode aumentar a demanda por sangue.

A supervisora do Banco de Sangue de Toledo, Vânia Frigotto, explica que esse procedimento deve ser feito de forma criteriosa. “A quantidade de hemocomponte utilizado em cada transfusão vai depender do quadro clínico do paciente. Apesar de, em alguns casos, o paciente apresentar uma queda significativa na contagem de plaquetas, a indicação de transfusão desse hemocomponente ocorre em quadros bem específicos e é avaliado cada caso”.

A dengue também pode interferir no ritmo de doações na unidade e provocar queda no estoque. Vânia comenta que a pessoa que contrai a dengue não pode realizar nenhuma doação no período dos sintomas e de vírus ativo no corpo, e posterior ainda fica inapto por um período.

Por conta disso, a unidade tem enfrentado números mais baixos de doações diárias ao comparar com períodos anteriores, uma vez que os casos de dengue tanto em Toledo quanto nos demais municípios da 20ª Regional de Saúde são alarmantes. “Essa queda nas doações também está sendo reflexo nos nossos grupos organizados de doações de sangue dos municípios, que não conseguem fechar a quantia de vagas destinadas”, complementa.

No que se refere às doações de sangue, a supervisora das unidade enfatiza que todas as tipagens são importantes para manter o estoque seguro. “Mas em determinados momentos precisamos de tipagens específicas, seja pela baixa vinda de doadores do tipo sanguíneo ou pela demanda nas transfusões. No momento, tanto Toledo quanto Cascavel estão com o estoque em alerta para a tipagem O Negativo”, cita Vânia.

DOAR – Quem teve dengue recentemente e deseja doar sangue deve se atentar as orientações da norma técnica da Anvisa referente a dengue. O documento explica que pessoas que tiveram dengue comum devem aguardar 30 dias após a recuperação completa para fazer a doação de sangue. Quem teve dengue hemorrágica (dengue grave) deve aguardar 180 dias após a recuperação completa. Já as pessoas que tiveram contato sexual com pessoas que tiveram dengue nos últimos 30 dias deverão aguardar 30 dias após o último contato sexual; e as pessoas que tomaram a vacina contra a dengue também devem aguardar 30 dias após a vacinação para fazer a doação de sangue.

“Doadores que realizaram a doação de sangue e num período de até 14 dias posteriores a doação apresentarem algum sintoma suspeita ou que confirme a dengue, devem avisar o Banco de Sangue. A informação é necessária para que os serviços possam resgatar eventuais hemocomponentes em estoque e/ou acompanhar os pacientes, receptores do material”.

AGENDAMENTOS – As doações de sangue continuam sendo marcadas através de agendamento no site https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue ou pelo WhatsApp (45) 98821-3171. A equipe da unidade orienta que em casos de imprevistos ou quaisquer sintomas anormais de saúde (febre, gripe, resfriado, mal-estar) o doador faça o cancelamento do horário agendado no próprio site ou com a equipe de captação.

“Isso é importante pois temos dias que estamos com a agenda cheia, e as coletas são efetuadas conforme a nossa capacidade técnica permite .Temos um elevado número de faltas ou de cancelamentos em cima da hora e isso dificulta avisar e encaixar outro doador”, conclui.

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