Empresários preocupados com prazo para entrega de máscaras em Toledo

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O medo da contaminação pelo coronavírus faz com que a população retome os cuidados preventivos devido a lembrança do cenário vivido no começo da pandemia. Entre os itens mais procurados, naquele período, estiveram a máscara descartável e o álcool em gel. Produtos que trouxeram preocupações para a sociedade que precisa usar e também aos empresários que ofertavam esses itens. Neste momento, os produtos não estão em falta no mercado, porém o prazo de entrega ampliou após o começo desta nova onda.

Julia Augusta Kaefer Seyboth é empresária e comercializa esses itens em seu estabelecimento. Ela explica que os produtos (todos sem exceção) relacionados a importação estão com os pedidos atrasados. “Por exemplo, um fornecedor já me informou que não tinha uma previsão (data) para a entrega. Neste momento, a minha preocupação é com a aquisição de máscara. Existe a dificuldade em adquirir esse produto e observo que o tempo para a produção na indústria está aumentando”.

Devido a nova onda da Covid-19, as fábricas começam a ficar sobrecarregadas. No começo da pandemia, as máscaras e as luvas foram impactadas durante a pandemia e, de acordo com o Julia, isso pode acontecer novamente. Outro fator citado pela empresária, é um aumento no custo para adquirir o produto, o qual varia entre 10 e 15% entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. “Desde a área de beleza, saúde, materiais descartáveis, enfim todos os produtos apresentaram este aumento”.

CONSUMO – Apesar do cenário da pandemia causar preocupação, Julia solicita que o cliente adquira a máscara ou o álcool em gel com consciência. “No passado, presenciamos muitas pessoas fazendo estoques e não existia essa necessidade. Hoje, o cenário ainda está incerto; mas é preciso ter cautela. As pessoas devem realizar o consumo consciente e manter os cuidados para evitar a proliferação do vírus”.

A empresária acredita que as indústrias ou as fábricas conseguiram manter uma organização para não faltar produto no mercado. “Alguns fornecedores podem ter determinado item em falta, porém outros conseguem repor a demanda”. Com relação à procura da máscara ou do álcool em gel, Julia acredita que não teve aumento considerável. “As pessoas continuam adquirindo uma quantidade compreensível para o seu uso. Existiu o aumento, mas porque muitas pessoas foram viajar”.

COMPETITIVO – O empresário Clóvis Luiz Polachini avalia que a dificuldade para o mercado será a aquisição de máscara. “O álcool em gel a princípio está tudo bem. Eu acho que podemos ter problema com a máscara. Um lote está para chegar em meados de fevereiro e março da China. No Brasil, a logística é rápida; o problema é chegar até o País. O preço competitivo vem da China, Singapura ou Tailândia”, enfatiza o empresário.

Clóvis compartilha da ideia de Julia que o mercador fornecedor conseguiu se programar melhor. “As fábricas se preparam melhor. Eu lembro que, em 2020, nós não conseguíamos adquirir máscara em lugar nenhum. Atualmente, o mercado está estável”.

INICIATIVA PÚBLICA – No Poder Público, o cenário é um pouco diferente. O secretário executivo do Ciscopar Rodrigo Furlan Marchevoni afirma que esses equipamentos não estão em falta na unidade. Ele explica que os contratos são com validade de um ano e, por isso, os produtos – até a última quarta-feira (12) – eram fornecidos seguindo a normalidade.

A preocupação da equipe do Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste (Ciscopar), conforme Marchevoni, é o andamento da pandemia, pois entre seis e sete profissionais estão afastados com Covid-19 ou com suspeitas desta doença. “De um total de 157 servidores, estamos com sete afastados. É um número que nos chama a atenção”.

Para isso, o diretor executivo informa que a diretoria do Ciscopar tem promovido reuniões semanais e acompanha como está a evolução da pandemia em Toledo e nos municípios de abrangência do Consórcio, como os cenários Estadual e Nacional. “Neste momento, decidimos não adotar novas medidas, porém enfatizamos a necessidade de seguir os protocolos sanitários, como fazer o uso da máscara, utilizar o álcool em gel e manter o distanciamento”.

Já na 20ª Regional de Saúde de Toledo, Alberi Locatelli informa que os itens (álcool em gel e máscara) são adquiridos pelos municípios. Ele recorda que quando a pandemia apresentou um cenário com dificuldade maior em adquirir os produtos, o Ministério da Saúde colaborou no processo.

Em Toledo, o médico e secretário interino de Saúde, Fernando Pedrotti, afirma que o Município possui estoque destes itens neste momento. Pedrotti esclarece que a maior dificuldade neste quesito está na inflação, a qual faz com que muitos dos fornecedores nem se interessem em participar de licitações por estarem inseguros se o preço com o qual oferecerão o produto poderá ser mantido até a sua entrega. “As empresas, hoje, trabalham com estoque mínimo”. O médico ainda salienta que o aumento da demanda se reflete em todos os setores e em todos os insumos necessários para o atendimento ao cidadão.

Da Redação

TOLEDO