Hoesp/Bom Jesus completa 50 anos de atendimento em Toledo

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Um sonho que começou no coração de dois médicos e se tornou o projeto de suas vidas. Um sonho construído com muito esforço e a colaboração da comunidade. Um sonho que atendeu e salvou muitas vidas. Em 2021 a Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp) completa 50 anos de história e serviço à comunidade. Um projeto que começou pequeno e que se tornou referência na região.

O início deste sonho começou em 1971, quando o médico Dr. Torao Takada, morador de Toledo, recebeu a visita do Dr. Jorge Okano (in memoriam), amigos desde a graduação de medicina. Durante a visita eles conversaram sobre a escassez de hospitais na região que crescia a cada dia, necessitando de aporte de hospitais de outras localidades.

Após várias conversas surgiu a ideia de abrir um novo hospital no município de Toledo. Os médicos alugaram uma casa e deram início a estruturação e no dia 14 de setembro de 1971 surgiu a Casa de Saúde Bom Jesus, atualmente Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp), mantenedora do Hospital Bom Jesus. “Os atendimentos quando da abertura do hospital foram de procedimentos clínicos, cirúrgicos baixa e média complexidades e partos”, conta o Dr Torao.

EXPANSÃO – O Hospital iniciou como instituição privada e somente em 1984 foi habilitado para assistência ao Sistema Único de Saúde (SUS) como hospital geral e, no ano de 2002 habilitou a sua primeira Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI) com dez leitos. Posteriormente, o Hospital buscou a alteração da gestão para OSCIP no ano de 2004 com o intuito de redução de impostos/encargos, tendo em vista a baixa remuneração do SUS.

Uma OSCIP é uma qualificação jurídica atribuída a diferentes tipos de entidades privadas atuando em áreas típicas do setor público com interesse social, que podem ser financiadas pelo Estado ou pela iniciativa privada sem fins lucrativos. “Somente após obter o registro de OSCIP foi possível angariar recursos de doações a fim de garantir a manutenção da instituição, devido a baixa remuneração do SUS”, comenta a superintendente da Hoesp Zulnei Bordin.


A Hoesp é referência para o atendimento na região Oeste – Foto: Franciele Mota

Em 2006, o Hospital habilitou a alta complexidade em Ortopedia, e no ano de 2009 foi habilitado em alta complexidade de Terapia Nutricional. Em 2012 foi contratualizado ao Programa HOSPSUS Urgência/Emergência e Rede Mãe Paranaense pelo Estado do Paraná, sendo em 2013 habilitado como Hospital Amigo da Criança. “No ano de 2013, O Hospital também se qualificou como Entidade Filantrópica, cumprindo com todos os requisitos para habilitação e portaria do Ministério da Saúde”, cita Zulnei.

Em 2015 foram habilitados dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e, no ano seguinte foram habilitados mais dez leitos de UTI Adulto. Nesse período o Hospital também foi habilitado e qualificado como Hospital de Alta Complexidade de Urgência/Emergência.

DSESAFIOS – A Instituição enfrentou muitos desafios ao longos dos anos. Zulnei comenta que o principal é a defasagem da tabela SUS, a qual não teve durante muitos anos as correções de inflação. “É uma defasagem que a cada ano que passa aumenta o prejuízo da assistência, tendo em vista que anualmente nos custos da assistência são embutidos nos aumentos de preços de materiais e medicamentos, dentre outros, bem como, a correção de folha de pagamento e de prestadores de serviços”.

A superintendente lembra que em 2016 a Instituição chegou a ter o anúncio oficial do seu fechamento, pois não comportava mais o pagamento de suas obrigações, acumulando altas dívidas junto a fornecedores, bancos e impostos.

“No entanto, conseguiu manter-se de portas abertas através de mudanças drásticas na sua forma de gestão, com aumento nos controles de gastos, evitando desperdícios, reduzindo uma pequena parte do seu custo, e com a ajuda da comunidade e empresas nas mais diversas formas de doações como alimentos, doação de cupons fiscais pelo Nota Paraná, e também através da liberação de emendas parlamentares de deputados, as quais são primordiais para a garantia do custeio frente a defasagem da tabela”, complementa.

ATENDIMENTO – Referência no atendimento para 18 municípios da 20ª Regional de Saúde, a Hoesp/Bom Jesus conta com um total de 215 leitos sendo ao SUS: 101 leitos gerais, 20 leitos de UTI adulto, dez leitos de UTI Neonatal e 24 leitos de UTI SARS-COVID-19, O restante dos leitos são destinados aos convênios privados. “A Instituição contribui de forma significativa com os municípios da região, sendo a única com assistência de alta complexidade ao Sistema Único de Saúde, prestando assistência à saúde qualificada, nas mais variadas especialidades de média e alta complexidade”, pontua um dos fundadores do Hospital, Dr. Torao.

AVANÇOS – Com 50 anos de história a Hoesp/Bom Jesus avalia a necessidade de ampliação. Zulnei explica que essa decisão está em análise visto que a oferta de leitos SUS da região é insuficiente, e também da atual estrutura predial ser locada. “Após diversas avaliações da diretoria e seus profissionais, decidiu inserir em seu planejamento estratégico a construção de uma estrutura hospitalar própria, ampliando também a capacidade de leitos de 215 para 500 leitos. Destes serão 300 leitos destinados ao SUS, incluindo leitos de Terapia Pediátrica, os quais ainda não possuem oferta na região”, esclarece a superintendente.

CELEBRAÇÃO – Nestes 50 anos de história, o coração do médico e um dos fundadores da Hoesp/Bom Jesus, Dr. Torao Takada, bate mais forte. São 50 anos de dedicação a um trabalho que ele faz com muito amor. Neste jubileu de ouro da Instituição o seu sentimento é de gratidão a sociedade do Oeste do Paraná que não mediu esforços para colaborar com a manutenção da Hoesp/Hospital Bom Jesus, garantindo a continuidade da assistência.

“Como fundador tenho o sentimento de ter contribuído muito com o crescimento de Toledo e região, através da fundação desta Instituição, com mais de três milhões de atendimentos, entre consultas e internamento que aqui foram realizadas nestes 50 anos. Vamos continuar nesta missão de assistência hospitalar de qualidade com a participação de toda a comunidade”, finaliza.

DA Redação

TOLEDO