Hospital Bom Jesus enfrenta superlotação dos leitos e escassez de insumos

30

Mesmo trabalhando com a totalidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para Covid-19, a Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná (Hoesp), mantenedora do Hospital Bom Jesus, ainda enfrenta dificuldades com insumos para esse setor. O Hospital conta com 24 leitos de UTI exclusivos para Covid-19 e recebe pacientes de municípios da 20ª Regional de Saúde de Toledo e da Macrorregião Oeste.

Além da ocupação máxima dos leitos Covid-19 (SUS), os leitos do sistema suplementar e particular para atendimento de pacientes com a doença também estão lotados. E a situação é ainda mais grave. De acordo com a superintendente da Hoesp Zulnei Bordin, o Pronto Atendimento da unidade também está com média de cinco pacientes por dia aguardando transferência para leito de UTI com outras patologias e traumas.

“Não há possibilidade de remanejar os leitos da UTI Geral para assistência Covid-19, visto da lotação também desta unidade por outras patologias e traumas. Também não temos possibilidade de ampliação de leitos por falta de estrutura física, pessoal, equipamentos e escassez de insumos para pacientes entubados”, cita.

INSUMOS – A escassez dos insumos hospitalares para pacientes com Covid-19 é um desafio que os profissionais da unidade enfrentam desde o início da pandemia. Zulnei conta que a instituição enfrenta muita dificuldade de aquisição pela falta de oferta dos insumos no mercado, ocorrendo em alguns dias a necessidade de substituições dos itens padronizados por outros que o Hospital consegue adquirir. “A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) tem enviado, semanalmente, alguns itens para ajudar no estoque, porém tivemos muitos dias que os itens padronizados foram insuficientes para atender toda demanda, sendo estes substituídos por outros não padronizados”, esclarece a superintendente.

AGRAVANTE – O período de internação de um paciente na UTI Covid-19 tem ampliado nas últimas semanas. Zulnei pontua que isso é reflexo da mudança de perfil dos pacientes que são hospitalizados em situação grave. A faixa etária mudou, antes a maioria deles era idosos, hoje são mais jovens e muitos pacientes com agravamento da patologia e sem comorbidade. “O maior volume de internações por Covid-19 tem sido na faixa etária de 40 a 53 anos, anteriormente eram de pacientes acima de 60 anos e a grande maioria com comorbidade. Mas tem ocorrido também em menor volume internações de paciente graves abaixo de 40 anos e sem nenhuma comorbidade.

Outro agravante é que pacientes ficam muitos dias internados em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aguardando por leitos de UTI e eles já chegam com maior gravidade no hospital”, conclui.

Da Redação

TOLEDO