Março foi o mês mais agravante da pandemia na 20ª Regional de Saúde

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O crescimento de óbitos em decorrência da Covid-19 nos últimos meses preocupa autoridades e alerta a sociedade sobre a gravidade do novo coronavírus. A rapidez na evolução dos casos, a mudança no perfil dos pacientes que são internados e a demanda reprimida por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também apontam para um cenário alarmante. Em contrapartida, há uma corrida contra o tempo para imunizar a população e protegê-la de um vírus que tem tirado a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo.

No âmbito da 20ª Regional de Saúde de Toledo, área que envolve 18 municípios da região Oeste do Paraná, são 908 pessoas que perderam a batalha pra Covid-19 desde o início da pandemia, até o dia 15 de junho. Em 2020, foram registrados 226 óbitos, sendo o mês de dezembro o período com maior número de vítimas (56). Em 2021, até o dia 15 de junho foram 682 pessoas que perderam a vida. O maior registro ocorreu em março com 211 óbitos.

Março é considerado, até agora, o pior momento da pandemia da Covid-19 em relação ao número de óbitos e de casos. Foram 491 novos casos confirmados no dia 12, o maior registro na pandemia no âmbito da 20ª RS, segundo análise de estatística da área técnica do órgão. Já o recorde de média móvel de casos foi no dia 4 de junho, equivalendo a média de 349 casos/dia no período de sete dias. “Com isso, é possível avaliar que a onda de casos desse início de junho foi tão intensa quanto a onda de março”, avalia a equipe da área técnica.

DADOS – Até o dia 15 de junho, a 20ª RS havia confirmado 52.044 casos da Covid-19 e apresentava 2.577 pacientes ativos. Em investigações eram 841 pessoas e 48.559 pacientes se recuperaram da doença. A média móvel dos últimos sete dias ficou em 250 casos/dia. Um decréscimo de 29% em relação a 14 dias atrás.

A média móvel de óbitos nos últimos sete dias também encerrou o período em 5,7 óbitos/dia. Equivalente a uma queda de 17% em relação as duas últimas semanas. Na avaliação da equipe técnica da 20ª RS, os números de óbitos ainda estão oscilando entre estabilidade e queda, e não mostram a mesma diminuição do número de confirmados. Porém, as internações ainda preocupam.

Alberi cita que a doença tem evoluído muito rápido e o perfil dos pacientes mudou nos últimos meses. “No início da pandemia eram os idosos com idade mais avançada que ficavam na UTI, agora são os jovens e estão permanecendo por mais tempo. Isto é, a rotatividade dos leitos de UTI é muito baixa, por isso que a fila está aumentando”.

O diretor da 20ª RS Alberi Locatelli lembra que a fila por leitos de UTI chegou a zerar em março deste ano, apesar das unidades hospitalares atuarem na capacidade máxima. Porém, a demanda voltou a subir. Desde o dia 20 de maio a ocupação de leitos de UTI na 20ª RS é de 100%. De acordo com dados do órgão disponibilizados às 11 horas de ontem (16), 36 pacientes aguardavam vaga em leito de UTI e 18 esperavam por uma vaga em leito de enfermaria. “São 20 pacientes de Toledo a espera de um leito de UTI; os demais são dos outros municípios da Regional”, pontua.

PREOCUPAÇÃO – Além da Covid-19, outra questão que alerta esse momento da pandemia é com relação a gripe, mais comum no período de inverno. Alberi lamenta que muitas pessoas, dos grupos prioritários da campanha da Influenza, não estão se vacinando, e a doença apresenta sintomas semelhantes ao da Covid-19, o que pode gerar uma confusão. “A pessoa com sintomas de gripe também é um suspeito de Covid-19. Por isso, que a população deve buscar a vacina da gripe e se prevenir”.

Locatelli explica que o vírus da Covid-19 está mais resistente e o seu agravamento mais rápido. “Nós notamos que poucos pacientes que vão para a enfermaria não chegam a UTI. Também é notório que ao contrário da situação registrada em março deste ano o paciente que evolui para o atendimento em um leito de UTI é mais jovem”, afirma o diretor ao complementar que a vacina tem sido eficaz.

“Existe parte da população que deveria ter sido imunizada, mas não procurou um local para receber a dose”, lamenta o diretor da Regional ao citar que existem relatos de pessoas escolhendo a vacina. “Você pode pagar caro por esperar, porque poderá ser contaminado com o coronavírus, não saber como a doença poderá evoluir e quando melhorar, terá que aguardar por 30 dias para receber a primeira dose. Será que compensa escolher a vacina? Cada uma com suas características, elas são eficazes”.

Atualmente, as principais preocupações da 20ª Regional de Saúde de Toledo, de acordo com o diretor, são o registro de óbito, a ocupação dos leitos e a fila de espera. “Todos os profissionais trabalham para preservar as vidas”, conclui.

Da Redação

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