Preconceito e falta de informação geram impacto na qualidade de vida da pessoa com TEA

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Fisicamente não é possível ver algum tipo de indicativo, pois se trata de algo comportamental. Nem sempre fica evidente que a pessoa tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pessoa com TEA e seus familiares ainda enfrentam a falta de inclusão social e inserção na sociedade. A falta de atendimento especializado e o preconceitos são obstáculos que interferem na qualidade de vida

A psicóloga, Isadora Denardi de Lima, pontua que ainda existem dificuldades de atendimento em relação aos pessoas com TEA e seus familiares. “Há muita dificuldade no acesso, no sentido de muitas vezes a família/paciente não saber para onde ir, o que fazer, ou quando sabe, não ter recursos econômicos para tal. Nesta questão boas políticas públicas são de extrema necessidade, garantem que todos tenham acesso aos tratamentos necessários e a formas de obter conhecimento sobre, bem como conhecer grupos, associações e ONGs que possam auxiliar no amparo e apoio”.

A profissional relata que cada caso é único, cada família tem suas particularidades e devem ser encaradas dessa forma. Ela comenta que o profissional não pode querer seguir o mesmo passo a passo com cada um, algumas coisas funcionam para algumas famílias/pacientes, outras não, por isso, é fundamental que ocorra a comunicação clara entre as partes. “Quando a família fala com o profissional, é muito importante que seja franca, sem medo de perguntar ou de julgamentos, para ter mais informações e segurança no processo, trazendo um maior alinhamento entre todos.

QUALIDADE DE VIDA – Na análise da profissional, o preconceito pode interferir no percurso pela qualidade de vida. “Quando se trata das famílias há muito o mito do ‘preciso ser forte’, quase como um super-herói, sendo que todos temos nossas demandas, nossas dores e ao procurar apoio, encaramos estas de outras formas, transformamos aquilo que não nos faz bem em algo que não seja danoso. Dessa forma nos fortalecemos e tiramos o peso das expectativas muitas vezes inalcançáveis que colocamos em nós mesmos e nos outros”, declara ao salientar que, por falta de conhecimento ou determinadas crenças, a família/paciente tem medo de ser taxado ou criticado ao procurar apoio psicológico.

ACESSO A INFORMAÇÃO – Um grande avanço no que se trata do preconceito com TEA é quando a mídia nos traz informações sobre, seja formalmente ou de maneiras mais descontraídas como em filmes ou séries. Assim a sociedade começa a se familiarizar com diferentes formas de viver, não gerando a ‘estranheza’ quando alguém que nunca teve contato com uma pessoa com TEA acaba conhecendo, pois ela já vai ter em seu repertorio um breve conhecimento sobre, mesmo que tenha só visto superficialmente em uma série.

“O preconceito está muito ligado ao medo do desconhecido, a falta de conhecimento sobre algo e a melhor forma de lidar com o preconceito é conhecimento, trazer um pouco da perspectiva e vivencia para o outro, falar sobre o autismo, o que é, quais são as dificuldades que eles e as famílias enfrentam, com o que lidam e como. O respeito é fundamental em todas as relações, mas quando se trata de conhecer alguém que é diferente do que estamos habituados, deve-se estar ainda mais atento, respeitar a pessoa, a sua história e família, tudo bem perguntar para buscar conhecer mais sobre, mas com o bom senso para não ser inconveniente”, finaliza.

Da Redação

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