Projeto Ser Cidade atua na transformação de adolescentes

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Uma grande maquete do bairro Jardim Europa/América traz detalhes, que aos olhos atentos e curiosos dos adolescentes da Casa de Maria são importantes. O trabalho manual representa uma parte do projeto Ser Cidade que um grupo de adolescentes da entidade participou em 2023.

O projeto teve por objetivo promover noções planejamento urbano e cidadania, visando despertar o olhar mais apurado sobre o espaço em que vivem suas famílias, o cuidado com o bairro e a participação nas definições de políticas públicas.

Selecionado no Edital de chamamento público do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR) e com apoio do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unipar, o projeto Ser Cidade encerrou as atividades em dezembro de 2023.

Na tarde da última sexta-feira (8), foram apresentados os resultados deste projeto e a entrega do livro ‘Transformando crianças em agentes urbanos’. O evento aconteceu no auditório da Casa de Maria e empolgou a garotada.

Julia Cristina Vidal Fonseca de Oliveira, de 11 anos conta da empolgação de participar do projeto. “Foi muito legal. Fizemos muitas visitas, fomos no Teatro Municipal, visitamos vários no nosso bairro e construímos uma maquete. Esse livro que ganhei vou guardar com muito carinho”.

Ana Julia sobral, de 12 anos também gostou das atividades de explorar a cidade e conta um dos aprendizados que teve no projeto. “Aprendemos também que o trabalho do arquiteto tem que medir, planejar e colocar tudo em prática. É incrível receber esse livro com tudo que foi planejado e realizado no projeto”.

O PROJETO – Elaborado e coordenado pelas arquitetas Sabine Campos e Vivian Bolson, o Projeto Ser Cidade atuou de forma a imprimir nas crianças um olhar crítico para o meio urbano e aprimorar a autonomia para capacitá-las na construção de novas maneiras de morar e habitar as cidades.

Vivian explica que os trabalhos foram desenvolvidos em todas as escalas, desde a visão ‘micro’ (arredores da Casa de Maria e Colégio Estadual Jardim Europa) até a macro (bairro e cidade). Elas começaram com trabalhos de casa com iluminação, ventilação, entre outros, e partiram para ações no bairro, com o intuito de trabalhar o sentimento de pertencimento dos adolescentes. Desta forma, instigaram os participantes a identificar quais são as potencialidades do bairro, onde melhorar e trazer a responsabilidade para elas.

“Através das atividades mostramos para os adolescentes que está nas mãos deles fazer a mudança que querem na sociedade. As atividades do projeto foram bem abrangentes”.

Sabine comemora que o objetivo principal do projeto foi alcançado. Através das atividades foi possível sensibilizar os adolescentes a terem um olhar mais crítico. “Durante a realização do projeto tivemos que adaptar as atividades de acordo com as respostas dos adolescentes; construímos uma maquete do bairro para eles terem contato com a materialidade porque isso ajuda a ter uma nova percepção do espaço. Fizemos visitações e trabalhamos temas que eles identificaram na região. Alcançamos os resultado porque os adolescentes perceberam o espaço, identificaram os problemas e buscaram soluções”.

MUDANÇA – O presidente da Casa de Maria, padre Hélio José Bamberg, elogiou os trabalhos do Projeto Ser Cidade. “Acolhemos com carinho esse projeto. Eu fiquei muito contente com os resultados vendo o sorriso dos adolescentes com a maquete que eles construíram, o sentimento de pertencimento e a responsabilidade que eles tem de fazer algo para ajudar”.

A diretora da entidade, Maria Inês Mânica, elogiou o projeto Ser Cidade e cita que ele auxilia na construção da cidadania. “Ninguém é cidadão se não sabe onde mora e o que pode melhorar na sua região. A Casa de Maria trabalha para o desenvolvido humano e social, em especial no bairro onde estamos inseridos, e esse projeto veio enriquecer essa missão que temos há 31 anos”.

Ela cita que os resultados deste projeto são visíveis, pois os adolescentes participantes estão cheios de ideias e empolgados para colocar em prática o que aprenderam. “Já observamos que os adolescentes estão cheios de projetos e ideias para serem realizadas na Casa de Maria, como a separação de lixo, organização, entre outras. Esse projeto foi realizado com uma turma, mas estamos trabalhando para ampliar para outros adolescentes da instituição”, conclui.

Da Redação

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