Toledo: Pesquisa aponta redução de 3,49% no custo da cesta básica em dezembro

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A pesquisa da cesta básica de alimentos de Toledo mostra que ocorreu uma redução de -3,49% no custo da cesta básica entre os meses de novembro e dezembro do ano passado. Segundo o levantamento, o custo da cesta básica individual passou de R$ 567,77 em novembro para R$ 547,95 em dezembro. Desde que a pesquisa teve início, no mês de abril de 2021, houve um crescimento acumulado no custo da cesta básica de Toledo de 12,15%.

A coordenadora do levantamento, professora doutora Crislaine Colla pontua que o aumento acumulado de 12,15% já era esperado, baseado no que tinha ocorrido durante o ano e no que foi verificado em todo o Brasil, observados também na alta da inflação.

Assim como ocorreu com o custo da cesta básica, o levantamento verificou uma redução do percentual do salário-mínimo líquido que é necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta, constatando que seria necessário 55,80% do salário-mínimo em novembro e, para a mesma cesta em dezembro, 53,85% do salário-mínimo.

Com a redução também de -3,49% no custo da cesta básica familiar, a pesquisa mostra que o valor da cesta básica familiar passou de R$ 1.703,30 em novembro para R$ 1.643,86 em dezembro. Segundo relatório, “um trabalhador que ganha um salário-mínimo não teria condições de adquirir a cesta básica familiar, uma vez que o valor de R$ 1.643,86 ultrapassa o valor do salário mínimo vigente em 61,56%, não conseguindo arcar com as demais despesas domiciliares mensais”. Na pesquisa, a cesta básica familiar é calculada considerando os custos alimentares de uma família com dois adultos e duas crianças.

Já o valor do salário-mínimo necessário para adquirir a cesta básica e suprir as despesas domiciliares mensais referentes à habitação, ao vestuário, ao transporte, entre outras, em dezembro deveria ser de R$ 4.603,86, segundo a pesquisa. “Ao comparar o salário-mínimo necessário de Toledo e a média nacional para o mês de dezembro, observa-se que o valor nacional seria de 26,02% maior que o de Toledo. Deve-se levar em consideração que o salário-mínimo necessário de Toledo corresponde a 4,18 vezes o piso nacional vigente, que é de R$ 1.100,00”, cita o levantamento.

VARIAÇÕES – Os produtos que apresentaram aumento no preço médio no período foram: a banana (24,91%), o café (12,04%), o açúcar (8,76%), o pão francês (5,46%), a margarina (4,00%), o arroz (1,39%) e o feijão (1,32%).

Por sua vez, alguns produtos apresentaram redução no preço médio, que foram: a batata (-39,06%), o tomate (-25,69%), o leite (-8,27%), a farinha de trigo (-2,07%), a carne (-1,70%) e o óleo de soja (-1,39%). Diante da variação total da cesta básica individual para o mês de dezembro, que foi de -3,49, o tomate e a batata tiveram o maior impacto sobre a redução no custo da cesta básica neste período.

“Sobre as variações dos produtos no mês de dezembro, observou-se que a banana foi o produto que apresentou o aumento mais expressivo. Em seguida aparece o café, cujo aumento está relacionado com problemas no clima, na demanda externa e na expectativa de quebra da safra futura, que repercutiu nos preços do café tanto no mercado futuro quanto no varejo. O açúcar também apresentou aumento em Toledo e em outras 16 capitais brasileiras, sendo esse aumento relacionado a entressafra da cana-de-açúcar que resultou em uma oferta menor do produto”, explica a coordenadora do levantamento.

ANÁLISE – A pesquisa da cesta básica de Toledo iniciou no mês de abril de 2021. A coordenadora do levantamento, professora doutora Crislaine Colla comenta que o mês que apresentou a maior variação do preço da cesta básica foi em outubro, onde houve um aumento de 7,47%. “Dos 13 produtos da cesta básica, nove deles apresentaram variação acumulada positiva neste período e quatro variação negativa. Durante todos os meses analisados, nenhum produto manteve variações positivas em todos os meses, assim como também não houve um produto que apresentou somente reduções em todos os meses”.

A professora cita que isso demonstra que existe uma volatilidade nos preços desses produtos no mercado. Alguns dos produtos pesquisados apresentam uma tendência mais clara, como foi o caso do café que apresentou uma pequena redução apenas em maio e em todos os outros meses apresentou aumento em seu preço. “O açúcar também é um caso em que apresentou uma variação negativa apenas em novembro. Produtos como o tomate, batata, banana, leite são muito sazonais e já se espera variações durante o ano”, explica.

COMPARATIVO – A pesquisa também traz dados comparativos do custo da cesta básica individual de Toledo e de outros municípios da região Oeste e capitais brasileiras. As comparações são feitas entre Toledo e as cidades de Cascavel, Pato Branco, Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Curitiba (situadas no Paraná), além das duas outras capitais da Região Sul (Florianópolis e Porto Alegre) e das capitais selecionadas de cada mesorregião brasileira (São Paulo, Recife, Campo Grande e Belém).

“Toledo apresentou um custo maior da cesta básica que os municípios do sudoeste do Paraná (Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos) e pela primeira vez apresentou um custo maior que de Cascavel. Isso ocorreu principalmente porque nos dois últimos meses analisados (novembro e dezembro), Cascavel apresentou reduções maiores no custo da cesta básica do que em Toledo”.

De acordo com a pesquisa, o custo da cesta básica de Cascavel (R$ 546,12) foi -0,33% menor que o custo da cesta de Toledo (R$ 547,95). Por outro lado, ao comparar o custo da cesta básica de Toledo com a de São Paulo, que apresenta a cesta básica com maior custo em dezembro (R$ 690,51), a pesquisa aponta que a cesta de São Paulo tem um custo 26,02% maior que a de Toledo.

“Mesmo que tenham ocorrido reduções no custo da cesta básica de Toledo nos dois últimos meses, a variação acumulada nos nove meses analisados foi muito significativa (12,15%), o que representa uma perda importante no poder de compra do consumidor de Toledo, situação também vivenciada em todo o Brasil”, acrescenta a professora doutora Crislaine Colla.

A pesquisa é realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional, composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio e Pós-graduação em Economia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Toledo. Esta pesquisa também faz parte de um convênio entre a Unioeste e a Prefeitura de Toledo.

Da Redação

TOLEDO