Volta às aulas? Defesa Civil de Toledo interdita bloco do Colégio Esperança Favaretto Covatti

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A rede estadual de ensino do Paraná volta às aulas presenciais – gradativamente – a partir da próxima segunda-feira (10). Essa não é a realidade da comunidade escolar do Colégio Estadual Esperança Favaretto Covatti, que vive apreensiva e com o perigo de desabamento de um dos blocos da instituição de ensino. A situação é tão crítica que, na tarde de quinta-feira (6), a Defesa Civil de Toledo interditou o espaço.

O integrante da comissão da Coordenação Estadual de Proteção e Defesa Civil o terceiro sargento Eloísio Buzolin explica que o risco de desabamento da estrutura é real. “No muro de arrimo e no aterro é visível que um espaço está cedendo. Inclusive, solicitamos que a Secretaria Municipal de Segurança e Trânsito faça a interdição também deste trecho de calçada como forma de prevenção ao pedestre. A nossa obrigação é fazer a interdição; cabe ao Estado – proprietário do Colégio – adotar as providências”.

Sem laudo pericial é difícil fazer um diagnóstico, porém o terceiro sargento Buzolin enfatiza que o local está cedendo. “As prováveis causas são diversas, como a terra ceder ou embaixo do solo ter galerias. São hipóteses ainda inconclusivas. O Estado deve realizar a perícia garantindo ou condenando o local. O relatório deve ser emitido em dez dias úteis”. O Ministério Público será notificado da situação e também passará a acompanhar o caso.

O COMEÇO – Essa realidade de um dos blocos do Colégio não começou em 2021, e sim, ela se arrasta desde março de 2020. O espaço foi reformado há quatro anos devido ao mesmo problema. A diretora Dulcinéia Costa Rosa conta que a rachadura apareceu na parede e com dano aparente no começo da pandemia. “A equipe de engenheiros do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Toledo foi comunicada e o processo para reparar a situação iniciou. No entanto, em decorrência da pandemia, o Estado não estava liberando recursos para este fim”.

A comunidade escolar montou todos os processos solicitados pelo Estado. Os documentos foram encaminhados pelo menos três vezes. A diretora recorda que em uma das vezes, o processo foi enviado, pois havia mudado o superintendente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar). Na sequência, um novo presidente no Instituto foi nomeado e ele zerou as cotas. “Novamente, enviamos os processos”.

Atualmente, os danos naquela estrutura estão maiores. Para imaginar, em uma rachadura é possível colocar uma mão dentro. Um pilar apresenta uma rachadura considerável. “A cada dia aparece algo problemático. Inclusive, o muro de contenção está praticamente prestes a desabar”, comenta a diretora.

ENTENDIMENTO – Com a iminência do início da aula no dia 10 de maio, a preocupação da comunidade escolar aumentou. Uma reunião com representantes da Associação de Pais e Mestres (APM) e o Conselho Escolar foi realizada e o assunto foi abordado. Na sequência, a Defesa Civil foi comunicada e realizou a vistoria ontem. “Não podemos colocar o estudante em um ambiente inseguro. Nós precisamos saber o que está acontecendo neste solo, neste local. Eu preciso dar aos pais um retorno. Infelizmente, o nosso Colégio tem funcionário, porém não tem segurança em uma de suas partes”.

O Colégio Estadual Esperança Favaretto Covatti é dividido em dois blocos. O primeiro foi construído em 1978 e foi destinado ao Ensino Municipal. Em meados da década de 90, a estrutura passou a ser Estadual e o segundo bloco (espaço interditado) e a biblioteca foram edificados. O bloco dois é composto por quatro salas, recebendo as turmas consideradas maiores do Colégio. Tratam-se de estudantes dos sextos, sétimos e oitavos anos mais os alunos do Ensino Médio no período noturno. São aproximadamente 29 estudantes por turma. Esse bloco também abriga os banheiros dos alunos, Secretaria e saguão.

Segundo a diretora, hoje o sentimento é de impotência. “Nós lutamos tanto pela Educação e observamos a falta de investimentos em todos os setores. Nós queríamos os nossos estudantes conosco. Há mais de um ano, estamos em aulas remotas; vivemos a expectativa do retorno e nos sentimos frustrados por não consegui-lo. É uma situação que não depende somente de mim”.

ENCAMINHAMENTOS – Na manhã de quinta-feira, a diretora se reuniu com o chefe do NRE José Carlos Guimarães e a decisão adotada é pelo não retorno da aula presencial de nenhuma turma no Colégio na segunda-feira.

De acordo com Guimarães, a instituição de ensino, até o ano passado, não apresentava problemas e, de repente, eles surgiram. “Percebemos que a rachadura começou a aumentar e trabalhamos com o Fundepar para realizar uma vistoria com o engenheiro estrutural. Precisamos entender se o problema é na parede ou na estrutura”.

Ele complementa que observou-se que as rachaduras aumentaram. “Não é possível reparar a parede sem saber o que está acontecendo. Por isso, o Estado liberou uma cota extra para contratar uma empresa que tenha um engenheiro para realizar a perícia e emitir o laudo”. O recurso deve estar disponível para a direção entre essa sexta-feira (7) e a próxima semana. “Assim, a escola poderá realizar os três orçamentos”, afirma o chefe do NRE ao complementar que caso seja um problema na parede e os pilares estejam intactos, já existe um recurso disponível para solucionar. Mas, agora precisamos aguardar a resposta do engenheiro”.

Da Redação

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